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CRONOLOGIA DA AMABA

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CRONOLOGIA DA AMABA

Face aos problemas enfrentados pela população do bairro América,  e a necessidade de organização popular como alternativa para exigir das autoridades a solução dos mesmos, surgiu em 1983 a Associação dos Moradores e Amigos do Bairro América. (AMABA)

Durante os anos de 1983 e 1984 a AMABA trabalhou em duas frentes reivindicatórias: Contra a poluição da fabrica de cimento e pela urbanização do terreno ocupado por sem teto nas proximidades do Terminal Rodoviário.  Lutas que foram vitoriosas. Do ponto de vista jurídico, a AMABA conseguiu nesse mesmo período o registro do seu estatuto e o CNPJ, na época  chamado de CGC, etc...

A partir de 1985 além das lutas  a associação, já registrada, começa a promover atividades sociais e recreativas, destacando-se os festejos juninos do Alto do Miolo, que se tornaram uma tradição em Aracaju.

Também em 1985 foi iniciada a luta pela conquista de sede. Com este objetivo foram localizados alguns terrenos da prefeitura e também um prédio abandonado, onde funcionou antes uma escola municipal. Através de abaixo-assinado levado em comissão ao prefeito, reivindicou-se a cessão do prédio. Em 1987 a prefeitura reformou o referido prédio e o cedeu a AMABA para instalação de sua sede. Ainda no ano de 1985 a AMABA liderou uma delegação de cinco  associações de moradores de Aracaju, que foi a Fortaleza participar de V Congresso Nacional do Movimento de Defesa do Favelados (MDF).

O ano de 1986 se caracterizou por uma campanha em defesa da pavimentação de ruas e revestimento de canais. O presidente da AMABA na época, Sr. Francisco Alves entregou ao prefeito municipal, Sr. Jackson Barreto, oficio contendo uma lista de diversos ruas e canais a serem revestidos.

Ainda em 1986,  alguns membros da diretoria da AMABA integram a delegação que participou do congresso da Confederação Nacional das Associações dos Moradores (CONAM) em Brasília. Neste mesmo ano a AMABA promoveu uma série de debates sobre a Assembleia Nacional Constituinte,  com a participação de advogados, sindicalistas e professores universitários, além de debates com os candidatos a governador.

Em 1987 organizou-se na AMABA  o grupo de mulheres pró-creche. Este grupo fez levantamento de terrenos da prefeitura no bairro, enviou ofícios e abaixo assinados ao prefeito,  reuniu-se  diversas vezes com a Secretaria de Ação Social do município, visitou outras creches, mas não conseguiu êxito em sua luta.

Neste ano AMABA promoveu com sucesso o dia das crianças e a 1ª  Semana de  Arte do Bairro América, com o apoio da Fundação Estadual de Cultura (FUNDESC) . A programação da semana de arte constou de apresentações  de grupos folclóricas e artistas ligados aos segmentos da música, do  teatro, da dança, filmes e etc...

Ainda em 1987,  houve uma  tentativa de reabertura da fábrica de cimento e o movimento contra a poluição da fabrica foi retomado pela AMABA, juntamente com 30 entidades, incluindo a igreja, outras associações  de moradores, sindicatos  e associação de proteção do meio ambiente. Mas uma vez o movimento saiu vitorioso  e a fábrica  não reabriu.

Com o aumento exorbitante dos alugueis após o plano cruzado, surgiu o movimento dos sem teto, que recebe o apoio da AMABA, a qual  participou das negociações do sem teto com o  governo, e antes  com as passeatas e atos públicos promovidos pelo movimento. Enfrentado a repressão e as manobras do governo, o movimento dos sem teto foi encerrado  após dois anos de luta.

Em 1988, com a sede pronta e inaugurada, a AMABA pode realizar com sucesso uma serie de oficinas de arte, que antes eram realizadas em escolas do bairro e de forma precária. Estas oficinas contavam com o patrocínio da Secretaria de Cultura do município. Com resultado destas oficinas que funcionaram durante os anos de 1986,1987 e 1988, surgiram, além de artesões  individuais, os grupos de capoeira Mocambo e Pipiri de teatro

Também em 1988,  foi instalado na sede  da AMABA um posto de extensão da FEBEM, através de convênio firmado pela associação com aquele órgão. O posto que funcionou  até 1990, tinha como objetivo atender crianças e adolescentes  que se encontravam em situação de risco pessoal e social (perambulancia , furtos, iniciação às drogas e a  prostituição)

Durante o ano de 1988 a AMABA desenvolveu dois programas para crianças: Um denominado “cinema  dos bairros” , patrocinado pela Secretaria de Cultura  do município. Esse programa consistia na apresentação quinzenal de filmes infantis. O outro programa consistia em visitas ao centro de criatividade, onde as crianças tiveram oportunidade de participar de diferentes oficinas artísticas e assistir espetáculos teatrais gratuitos.

Em outubro e novembro de 1988 por ocasião das eleições municipais, a AMABA  promoveu uma serie de debates com os candidatos  a prefeito e com candidatos a vereador. Durante os debates a AMABA distribui 1500 cópias do texto “Os dez mandamentos do eleitor”, divulgado pela Arquidiocese de São Paulo.

Em dezembro de 1988 a AMABA realizou a 2ª Semana de Arte do Bairro América que apesar de não dispor da mesma infraestrutura da anterior, se constituiu novamente em grande sucesso.

O ano de 1989 não foi muito positiva para a AMABA. A única conquista significativa foi o projeto “Rádio Comunitária”, cujos  equipamentos foram comprados com o apoio da CESE (Coordenadoria Ecumênica de Serviço). As brigas internas na AMABA e a situação  econômica do país, inviabilizaram a possibilidade de progresso.  O último semestre de 1989 destacou-se  pela eleição par renovação da diretoria da AMABA. A referida eleição foi disputada inicialmente por três chapas

Depois houve uma composição entre a chapa 1  e a chapa 3. A eleição aconteceu em novembro e saiu vencedora a chapa de composição, tendo como presidente José de Oliveira Santos “Zezito”, o único remanescente do grupo de fundadores da AMABA.

Umas das  primeiras iniciativas da  nova diretoria eleita, foi a  elaboração de um plano de emergência  em virtude de seguintes motivos: divisão da diretoria anterior e perda de credibilidade junto aos associados, com  muitas brigas e confusões internas, prejuízos materiais e financeiros e falta de  atuação efetiva junto a comunidade.

O plano foi organizado da seguinte maneira:

1-Reestruturação da distribuição programa do leite:

a)cadastramento das famílias em computador com objetivo de  terminar com as irregularidades; b)descentralização ( divisão das familiares em seis grupos e entrega próximo ao local  da moradia); c) modificação de forma de reunião para torná-las mais  dinâmicas e participativas

2- Organização das fichas do  cadastro de sócios: atualização de endereço, fotos e mensalidades

3- Comunicação: a)conserto de aparelho danificados b)reativação de radio  comunitária e do jornal popular .

4- Finanças: a)atualização da ficha de  contribuição b) visita aos sócios para recolhimento das contribuições.

Paralelamente em dezembro e janeiro de 1990,  foi realizada pesquisa para detectar as principais necessidades e expectativas dos moradores. A partir  de fevereiro de 1990 começou a ser  desenvolvida a campanha de saneamento básico, desenvolvida através de abaixo-assinados, ida até a prefeitura em comissão e  denúncias na imprensa que resultou no revestimento e ampliação do canal da Petrobrás (Campo do Vidro).

Inicio do projeto Reculturarte. Com o projeto Reculturarte,   a AMABA deixa de ser apenas uma associação de moradores preocupada com problemas básicos de infra estrutura urbana, passando a incorporar proposta de desenvolvimentos de trabalho de arte educação com  crianças e adolescentes. Visita aos grupos de jovens e discussão da proposta de trabalho integrado. Menor e Violência no  B. América.–Fevereiro a junho; Campeonato de bola de gude em maio, quadrilha junina em junho; Laboratório de brincadeiras e jogos recreativos, em julho. Primeiro encontro de jovens do bairro américa, com o tema “a questão do menor abandonado em nosso meio” em setembro; Formação e desenvolvimento de um grupo de capoeira, desde o inicio de 1989; Inicio da cooperativa de guardadores de carro, em outubro; Participação de um educador e três crianças no segundo encontro nacional de meninos e meninas de rua. O tema desse encontro foi a discussão sobre a realidade e sobre a proposta do estatuto da criança e do adolescente que estava em discussão para substituir o então “código de menores”. Em setembro

Uma das prioridades dessa  gestão foi a formação sociopolitica.  Com este intuito o presidente, José de Oliveira Santos “Zezito”   participou do Curso de Verão na Pontifícia Universidade Católica (São Paulo). O curso teve/tem como objetivo fazer formação humana integral para agentes de pastorais e dirigentes de comunidade.

Em abril de 1990,  alguns dirigentes da AMABA participaram do 3º Encontro de Movimentos Populares organizado pelo CESEP. Em maio de 1990 foi promovido um curso de formação de lideranças para os dirigentes da AMABA promovido pelo CESEP.

Em maio e agosto  de 1990  houve a participação do secretário  da AMABA, Edenilson Barbosa,  no curso de formação para monitores de movimentos populares,  promovido pela Escola de Formação Quilombo dos Palmares em Pernambuco.

Durante o ano de 1990 foi instalado na sede da AMABA, turma regular da 1º serie pela  Secretaria  Municipal  de Educação, além de  pequenas  reformas realizadas na sede, assim como entrega do abaixo assinado, solicitando a mudança do nome da linha ‘’circular” para ‘’Bairro América’’, para facilitar a identificação por parte de pessoas não residentes no bairro, inclusive para quem vem do interior,   sendo a proposta aceita pela prefeitura.

No final deste ano,   foi realizado três grandes eventos relacionados ao projeto Reculturarte que tornou-o reconhecido em termos de bairro e de cidade, tratou-se da realização do 1º encontro de menores do Bairro América,   da passeata contra a violência e o primeiro festival infantil.

Em maio de 1990, foi realizada pequenas reformas na sede da AMABA,  pintura,  conserto de telhado, construção do muro e do anexo para instalação do projeto Reculturarte. Apesar de ter prometido no inicio do mandato que faria a reforma do prédio da AMABA, o prefeito Wellington Paixão  não cumpriu a promessa.

Em maio de 1990, foi realizado o  Curso de Formação de Lideranças para dirigentes e sócios da AMABA em conjunto com o Centro Sergipano de Educação Popular (CESEP).

Em maio de 1990 foi inaugurado o Centro de Treinamento Sindical Rural (Centresir) , da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetase). O ato  contou com a presença de integrantes da diretoria da AMABA, inclusive o presidente José de Oliveira Santos “Zezito”.

A partir de fevereiro de 1990 começou a ser desenvolvida a campanha pelo saneamento básico, desenvolvida através de abaixo assinados, ida até a prefeitura em comissão e denúncias na imprensa, resultando  no revestimento de ruas do Campo do Vidro.

Em maio e agosto de 1990 participação  do secretario da AMABA no curso para monitores de movimentos populares, provido pela escola de formação quilombo dos palmares em Pernambuco.

Em junho de 1990 promoção dos festejos juninos na Rua Colômbia e E No Campo do Vidro.

Em novembro de 1990 promoção do I encontro de crianças e adolescentes do bairro América e passeata contra a violência (ruas do centro de Aracaju).

Em dezembro de 1990 realização de passeio para Maceió.

No inicio de 1991,  o presidente da  AMABA novamente participa do curso de verão em São Paulo, dessa vez na companhia de Paulo Sérgio, primeiro coordenador administrativo do projeto Reculturarte. Durante este ano são realizadas  palestras sobre cólera e sobre  drogas na sede da AMABA.

O projeto Reculturarte  tem continuidade e  realiza cadastro de crianças para receber recursos da Visão Mundial, também acontece encontros,  passeios, retiros,  além de atividades diárias, como oficinas artísticas, escolinha de esportes e reforço escolar. Acontece o 1º retiro\acampamento  no povoado em Jenipapo, cidade de Lagarto,  no carnaval. O  1º encontro de adolescentes e pais e o  2º Festival Infantil

Em dezembro de 1991,  a AMABA participa da semana de mobilização  do dia mundial de  luta conta a Aids, o ponto alto dessa semana é o show artístico realizado na concha acústica da praça dos capuchinhos.

No final do 1991,  é também aprovado o novo estatuto,  depois de mais de um ano de reuniões e discussões. O novo Estatuto incorpora mecanismos de democracia participativa e direção colegiada, propostas que estavam presentes na chapa que venceu as eleições de novembro de 1989.

Em fevereiro de 1991,   entrega de abaixo assinado com solicitação de mudança do itinerário na linha de ônibus Lourival Batista,  a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos.

Em maio de 1991 tem inicio da discussão sobre cólera com palestra e exibição de vídeo na sede da AMABA, considerando a epidemia que se espalhou pelo país, além de  palestras sobre drogas.

Em julho de 1991 participação de Emanuel Rocha e Maria Cléia, educadores pioneiros do Reculturarte, no Curso de Inverno promovido por uma articulação de igrejas protestantes históricas e católica romana. Em João Pessoa (PB).

Em Setembro de 1991 visita a comunidade de Carrapicho (Neopólis) para intercâmbio de experiências com projeto de fins semelhantes

Em novembro de 1991 teve inicio  a campanha em defesa da vida dos educadores ameaçados de morte por elementos ligados as gangs de tóxicos do bairro América.

Em novembro de 1992  foi realizado o 2º encontro de crianças e adolescentes do projeto Reculturarte, o qual deixou a lembrança negativa de uma confusão contra educadores do projeto por parte de pessoas ligadas a gang de tóxicos. O saldo foi dois feridos no hospital e um educador ameaçado de morte

Em fevereiro de 1992 foi realizado o 2º encontro de pais do projeto Reculturarte.

Em abril de 1992 houve a participação de dirigentes e sócios da AMABA no Curso de Formação para dirigentes populares, promovido pelo CESEP.

Em maio de 1992 é realizada passeata contra a violência e ato em defesa da vida em solidariedade aos educadores ameaçados de morte.

Em junho de 1992 foi realizado o segundo encontro de educadores. Tema: Que educador sou eu e o terceiro  festival infantil do bairro América. Tema: Estatuto lei quando?

Nesse ano começa  a escolha dos educadores mirins para auxiliar atividades ou assumir em casos a responsabilidade pela atividade. É realizado o segundo  encontro de educadores e um curso de percussão com o bloco Quilombo.

No ano de 1993??,  acontece  eleição para escolha da delegação de Sergipe para participar do encontro nacional de meninos e meninas de rua.

Produção de um vídeo sobre extermínio de menores.

A professor Jussara Rosa assume como professora da dança, após a saída da professora Adriana. Acontece o 4º Festival Infantil  e o Reculturarte recebe a visita de jovens voluntários alemães

Primeiro encontro de avaliação da Amaba/Projeto Reculturarte, maio.

Tem inicio o estágio da estudante de serviço social Maria Aparecida Vieira Souza,  o qual é encerrado em 1994.

Nesse ano acontece o “racha” na diretoria da AMABA e a consequente  saída de alguns conselheiros.

Em termos de projeto Reculturarte no ano de 1994,  acontece a saída dos educadores, Emanuel Souza Rocha, Maria Cléia. Prossegue as atividades grupos de teatro, banda afro, capoeira, dança,  esportes, alfabetização de crianças

 Participação de adolescentes virtuosos das atividades de teatro e dança em curso de aperfeiçoamento com professores de artes ligados ao órgão. Em parceria com a Fundação Cultural de Aracaju (Funcaju)

Também em parceria com a Funcaju foi realizado curso de medicina e alimentação alternativa.

.  A capoeira Mocambo encerrou suas atividades.  O maestro Ito Evangelista recebe diploma de tocador da banda  meninos do B.A.

Acontece eleição para escolha de novos conselheiros.

No ano de 1995 a professora Jussara Rosa sai do projeto. São realizados programas de formação Zumbi e Afetividade e Sexualidade. A estudante de serviço social Aparecida Vieira retorna a AMABA. No lugar do festival infantil é realizada a festa Kizomba. Acontece a morte de Cicera, conselheira ativa e querida. A Amaba expande as ações de alfabetização, além da que era realizada com crianças, começou a alfabetização de adultos em parceria com o CESEP

Os educadores Rejane Maria,  Anderson Charles e a assistente social Aparecida Vieira  são contratados como educadores.

No ano de 1996 as atividades são suspensas,  ficando somente a alfabetização.  . O primeiro  seminário da AMABA é realizada no Mosqueiro com base nos relatórios de avalição da AMABA de 1993 e 1995. Também são realizados cursos para as mulheres no campo da alimentação e da medicina alternativa. Os sócios são contemplados com festa das mães e de São João.

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