Qual TEMÁTICA você se INTERESSA mais em COLABORAR em um processo de ESCRITA COLETIVA? (VOTAÇÃO ENCERRA DIA 13/03)

Um livro sobre como organizar projetos colaborativos de qualquer tipo
9 votos 35%
Um livro sobre como montar uma produtora cultural colaborativa
3 votos 12%
Um livro sobre como montar empreendimentos culturais baseados em economia solidária
2 votos 8%
Um livro sobre como montar laboratórios vivos, ou living labs, para experimentos em inovação aberta
10 votos 38%
Um livro sobre outra temática (COMENTE ABAIXO QUAL)
2 votos 8%
Um livro sobre como utilizar a Plataforma CORAIS para organização de Living Labs e Projetos Colaborativos de qualquer tipo
0 votos 0%

Comentários

#1

Mais informações sobre as propostas acima:

Comentário de Fred em (http://www.corais.org/colabor/node/79915)

Por enquanto eu vejo as seguintes possibilidades de livros (quem tiver outras ideias, acrescente):

  • Um livro sobre como organizar projetos colaborativos de qualquer tipo, explicando as bases de organização e gestão, motivação, ferramentas disponíveis, financiamento, etc.
  • Um livro sobre como montar uma produtora cultural colaborativa, nos moldes do que o @jatoba vem fazendo, com todos os detalhes práticos de como encontrar artistas interessados, como estabelecer legalmente, formar uma rede, captar recursos em editais
  • Um livro sobre como montar empreendimentos culturais baseados em economia solidária, bem específico, com o caso clássico da Universidade Livre de Teatro Vila Velha
  • Um livro sobre como montar laboratórios vivos, ou living labs, para experimentos em inovação aberta, design livre, fabricação aberta, etc

#2

não sei se seria abragente demais, mas, poderia ser um livro de condução sistemica de suporte permanente a vida. o que obviamente segue premissas de colaboração e permacultura.
levando em conta que objetivo principal é se manter vivo, toda a malha de colaboração não pode somente visulmbrar uma realização artistico-cultural, mas sim, a manutenção da vida garantindo ligação colaborativa entre grupos que trabalhem com alimentação, biocontrução, parteiras, medicina natural preventiva e reativa para acidentes e intervenções cirurgicas, grupos ligados a desenvolvimento de hardware e software, mecanica, elétrica e eletronica, produção autonoma de energia, rede de comunicação e sistemas de concentração, consulta e manipulação de saberes. uma logica de auto suficiencia, mais ou menos as propostas apresentadas por eco-polos!
a rede deve dar suporte a crianças permitindo educação e integração das atividades infantis dentro da filosofia de colaboração. semear futuro.
uma rede que garante esses pilares é praticamente uma nação pulverizada, em espaços não continuos, sem fronterias, se libertando inclusive das nações, não por um aspecto juridico legal, mas apenas, por praticas sistematicas que garantem a sobrevivencia permanente e tempo util para atividades de comunicação, educação e lazer, ou qualquer outra coisa que possa ser proposta.
apenas uma opinião ja que seria um tema extremamente abrangente e com fator tempo limitante para seu desenvolvimento. vamos discutindo!

#3

Uau, leo, foi longe hein?! Gosto de pensar assim também, mas não sei se a gente consegue juntar uma galera que acredite nessa possibilidade. A maioria das pessoas quer trabalhar dentro dos sistemas de dependência em que estamos inseridos. Eu particularmente acredito no desenvolvimento progressivo da autonomia e liberdade sem romper com as relações de dependência. Na verdade, vejo a autonomia e a liberdade como dependentes um do outro e por aí vai.

Esse pode ser um itinerário para vários livros. Vamos ver o que a gente consegue desenvolver nesse livro.

Acredito que é essencial que a gente tenha um capítulo pensando projetos colaborativos como nichos ecológicos, porque é exatamente isso que é um Corais :)

#4

Creio que uma ideia geral interessante, poderia ser abrir o livro com a parte mais conceitual do Corais. Explicando que para além da sistematização de projetos, a plataforma promove os conceitos de autonomia, autogestão e vários destes temas que Leo abordou. A partir disso, fazer capítulos que mostrem na prática o que foi feito aqui no Corais neste sentido. Por exemplo, os projetos de Design, as produtoras colaborativas, projetos de ecosol como a Universidade de Teatro Vila Velha e o Movimento Concha Ativa, até projetos mais incipientes, como por exemplo, o Tear Audiovisual, que entraria em um capítulo de como o corais pode fomentar ou incrementar a organização de novos coletivos, agentes, etc.

Depois dessa fase mais direta, o livro poderia se encaminhar para o final, falando das perspectivas da plataforma, tanto do ponto de vista das ferramentas tecnológicas necessárias para o seu desenvolvimento, quanto do ponto de vista conceitual, do quanto ela atingiu até aqui e que passos adiante ela poderá dar para atingir outros objetivos no sentindo da promoção de soluções sustentáveis nos campos da arte, cultura, educação, tecnologia e meio ambiente, tanto nos territórios de cada projeto, quanto no papel de questionar e apontar soluções, dentro de uma macroestrutura socio-economica.

#5

A votação "Um livro sobre como montar laboratórios vivos, ou living labs, para experimentos em inovação aberta" está na frente... Penso o quão abrangente seria esta temática. Os termos dão muitos panos para a manga.

O que Carlos falou acima, da parte conceitual do corais, caberia tranquilamente - inclusive - o corais como um todo. Bem como o que Fred falou.

Vamo que vamo.

Abraços

#6

Olá pessoas!! Chegando mas não sei se já entrei automaticamente no grupo, porque não vi ou cliquei na opção 'participar'? Podem ver isso? Agradeço!

Quanto a votação, votei em "Um livro sobre como montar laboratórios vivos, ou living labs, para experimentos em inovação aberta",  a configuração não permitia múltipla escolha e este tema me parece muito importante para as pessoas (onde estou) aprenderem como organizar e criar um living lab. 

Todas as propostas são boas e penso que não se excluem. Ainda que o foco seja os labs, o livro poderá contemplar uma pincelada de alguns dos demais, como introdução mais básica, já a instigar outras produções futuras.

Concordo que deva iniciar com o proposto pelo Carlos, sobre o Corais e que o último capítulo também devia conter "perspectivas da plataforma", pelos vieses instrumental e conceitual, analisando o feito e refletindo novas possibilidades, passos adiante para potencializar a "promoção de soluções sustentáveis" multirreferenciais etc.

O próximo capítulo poderia ser específico sobre algumas de suas possibilidades já vislumbradas, para alavancar a Educação, a Aprendizagem libertária, em propostas de coaprendizagens em labs e utilizando suas ferramentas, etc., e na metodologia do Design Livre. (Desde que conheci a Corais tive insigths sobre isso no sentido de hakear a Corais e o DL para a Educação).     

Poderia ter um capítulo com pinceladas sobre "como organizar projetos colaborativos de qualquer tipo"; outro sobre "montagem de empreendimentos culturais baseados em economia solidária"

Quase ao final poderia ter um capítulo "pensando projetos colaborativos como nichos ecológicos", como Fred falou e na perspectiva de potencializar reflexões sobre algo maior, macro, na linha que o Leo fala :)

E, claro, um Glossário e uma lista de links de ferramentas, apps etc., convergentes e contributivos ao desenvolvimento de projetos afins 

São as ideias iniciais e vou relê-los em tudo. Que dizem? 

 

#7

Paula, você não tinha entrado no projeto, por isso não apareceu a opção de votar. Já adicionei você no projeto, mas você podia ter se adicionado também. Se quiser votar agora, fique à vontade.

Estou achando bem interessante como Laboratório Vivo está se tornando o conceito guarda-chuva. Vamos discutir mais nas sugestões de capítulos e ver se consegue abarcar tudo o que queremos.

#8

Penso ser importante elaborar um material sobre o corais, informando como a ferramenta pode contribuir para todas as opções de voto acima (montagem de uma produtora, de um empreendimento econômico solidário, de um living labs, etc.). Temos exemplos reais nesta plataforma para ilustrar isso e o debate conceitual pode ser transversal, envolvendo todas as ações propostas.

#9

seria bem útil se, ao invés de so falarmos sobre como fazer, também falássemos de como lidar com os obstáculos mais frequentes, mencionassemos fracassos, fiascos, gafes, decepcoes, etc.  

#10

Boa Rene! A Luana já postou sobre como o trabalho colaborativo pode acabar se tornando uma nova forma de ser mais explorado no trabalho e o Gonzatto colocou a possibilidade de não receber créditos de autoria. Vou acrescentar mais algumas outras possibilidades, a título de continuar o debate:

  • A colaboração baseada no trabalho voluntário é frágil e pode se romper pela falta de tempo livre dos participantes. Aí todo o trabalho de um grupo inteiro fica perdido por causa de uma pessoa que não conseguiu manter um compromisso por motivos justificáveis. Com o tempo essa pessoa passa a ser estigmatizada pelo grupo e acaba saindo chamuscada.
  • Por outro lado, um grupo que depende de uma pessoa que puxa as outras (por enquanto eu e o @jatoba estamos desempenhado esse papel) e de repente essa pessoa não está mais disponível por razões justificáveis e ninguém mais sabe o que fazer, ninguém quer assumir posição de liderança e aí cessam-se os esforços.
  • Quando as pessoas são forçadas a colaborar (exemplo: trabalho de escola) elas podem acabar deixando tudo nas mãos de uma pessoa só, que no final recebe a maior parte do crédito (ganha o favor do professor) e fica conhecida como CDF. Valeria à pena levantar outros rótulos pejorativos usados no trabalho (anti)colaborativo só para desconstruí-los.
  • A colaboração acaba criando informação demais (talvez isso já esteja acontecendo nesse projeto do livro) e ninguém mais consegue acompanhar, ter a noção do que está acontecendo. Ninguém sabe pra onde ir, qual é o próximo passo. 

E a lista pode ir longe. Certamente que outras pessoas nesse projeto do livro terão experiências interessantes e diferentes das minhas. Será que vale à pena criar um capítulo só pra isso ou colocar esses riscos ao longo do livro?

#11

Olá Pessoal,

Muito boa a diversidade e complementaridade das opiniões e contribuições nesta primeira rodada de colaboração. Sinto que temos mto pano pra manga!

Venho através deste comentário tentar sintetizar um pouco do que trocamos até o momento neste processo de escolha da temática da nossa Escrita Coletiva.

Estamos caminhando para o encerramento desta votação (lembrando que o prazo estabelecido foi o dia 13/03) e até o momento 10 pessoas das 22 pessoas que votaram optaram pela temática: como montar laboratórios vivos, ou living labs, para experimentos em inovação aberta

Outras 5 pessoas optaram por organizar projetos colaborativos de qualquer tipo

e os demais se dividem nas outras opções.

Uma análise interessante é que 2 dos 22 participantes escolheram uma temática diferente das propostas na votação e ao comentar propuseram uma idéia comum, que é a escrita de um livro sobre o CORAIS e suas possibilidades de uso em living labs, projetos colaborativos de qualquer tipo, produtoras colaborativas, empreendimentos solidários.

Mesmo sendo um livro que tem o CORAIS como tema principal não vejo que isso seja impedimento para termos outros exemplos de utilização em outras plataformas digitais seja em efeito comparativo ao CORAIS ou complementar.

Como o CORAIS é uma plataforma de projetos colaborativos, termos capitulos sobre colaboração e tomada de decisão são fundamentais e um capitulo sobre educação também tem bons exemplos na plataforma.

Mesmo não tendo sido um dos que votei nesta opção e não ter nem considerado ela quando criei a votação, achei uma boa contribuição aos temas propostos incialmente.
Por isso adicionei esta possibilidade a lista de temas existentes. Enquanto a votação estiver aberta os votos podem ser alterados.

Caso alguem tenha outro tema, ainda pode fazer como Luana e Carlos fizeram e comentar sua proposta.

#12

um ponto interessante sempre é a, digamos, cinemática da colaboração.   cada um pode e consegue colaborar em velocidades diferentes, e eu estou num momento em que só poderia colaborar em slow motion.   nao vou poder contribuir pari passu com voces, o que é uma pena.    desejo todo sucesso do mundo ao projeto, e espero que o timing me seja mais favoravel numa proxima oportunidade.

#13

Tranquilo Rene! Cada um colabora com o que pode. Você já deixou uma contribuição válida!

#14

Apesar da votação ter refletido aspectos diferentes, o que está sendo discutido foi mais para a ideia genérica de criatividade coletiva. Coloco aqui algumas reflexões que são geradas por dúvidas que tenho quanto a este modelo, que é muito bonito na utopia, mas muito difícil de ser implementado, talvez pela cultura que temos atualmente, totalmente implantada em bases capitalistas. É ruim se basear em rótulos, seria melhor entender porque estamos tão presos a modelos pela causa e efeito que provocam.

Por exemplo, capitalismo é basicamente sobre como percebemos o valor das coisas. Neste modelo tudo tem um preço. Sua sobrevivência, seu esforço, seu entretenimento, sua estima, seu amor, tudo tem um preço. E vemos que é basicamente, se não totalmente focada no indivíduo. Existem ensaios de entendimento coletivo, mas nada muito profundo. Uma das primeiras mudanças é em um sistema ou entendimento que revise o valor das coisas e sua percepção. Se um grupo resolve criar uma obra coletiva, ou seus indivíduos deverão fazer sacrifícios individuais para que o coletivo faça a obra coletiva, ou a percepção de valor irá fazer migrar o "custo" social da obra para ser distribuído, e como o Fred já falou, é comum que este custo sobrecaia sobre as costas de um ou dois indivíduos. Dai que naturalmente, pelo conflito e falta de interesse, tudo volta a autoria individual.

Manter o interesse grupal e as tarefas distribuídas é um desafio. Começa do básico, apenas utilizando aqui a pirâmide de Maslow para fins de comparação, cada indivíduo precisa suprir suas necessidades biológicas, de segurança, de relacionamento, de estima e realização pessoal. Ou seja, trocando em miúdos com o mundo que vivemos, é muito difícil assumir um compromisso com uma ideia que saia destas necessidades, como a criatividade coletiva, que exige tempo e dedicação e uma percepção nova de valor individual e coletivo. E quando é feito, normalmente é para suprir as partes mais altas da pirâmide de Maslow, como a realização pessoal (criatividade) e estima (autoria). Isto pinta um quadro muito triste, pois o indivíduo não é educado para o valor da percepção do resultado coletivo, todo o caminho da pirâmide é muito individualista. Primeiro precisa-se ganhar o sustento para manter o básico, e isto já toma quase todo o tempo do indivíduo.

Estas reflexões são mais baseadas em dúvidas que tenho, por isto não vou deixar pintado somente o quadro triste que é esta tragédia humana. Mas existem exemplos, e vou dar um pessoal, acredito que vários aqui já passaram por isto.

Antigamente, quando iniciamos em nossa profissão, que está muito conectada a tecnologia, designer, arte e programação, não havia opções não proprietárias de uso de software. Ou seja, ou se pagava uma licença ou você sempre seria considerado um criminoso por usar software pirata, pelo conceito da lei proteger a autoria até as últimas consequências. O próprio sistema que protege o autor, tortura a coletividade, uma vez que não possibilita o uso do objeto do autor para fins livres que tragam boas consequências coletivas, tudo é visto como um crime, inclusive o uso e os benefícios sociais de uma obra.

Mas dai veio o software livre, não sei se historicamente iniciado com o Linux, mas foi onde percebi as ideias claras de trabalho colaborativo livre. E hoje, quando trabalhamos com tecnologia para web, é quase impossível não existir uma alternativa livre para que você não seja considerado um criminoso executando o seu trabalho do dia a dia, o que é uma ideia deplorável, ser um criminoso porque usa uma ferramenta de trabalho. E todo este resultado veio para todos na forma de trabalho colaborativo livre. Não estamos falando somente de uma iniciativa informal, mas até legislação e licenças existem para comprovar a liberdade daquilo que foi criado para o coletivo, como as licenças GPL, MIT, Commons Creative e todas que legalizam e mantém o trabalho livre.

E foi possível então que os indivíduos criassem obras a partir de trabalho coletivo, mesmo que para uso individual ou restrito, mas espalhando as ideias de trabalho colaborativo livre sem se sentirem criminosos. O protecionismo e a autoria ainda são fortes, porque todos acabam chegando a conclusão que a liberdade total criaria uma insegurança quanto a garantia de suas necessidades básicas, ou seja, o mundo ainda é trabalho + esforço individual = dinheiro => sobrevivência.

Parece que o trabalho coletivo e as ideias que rodeiam esta discussão precisam de uma quebra deste paradigma para que possam ser levadas ao seus reais benefícios. Mas já sabemos, pela história, que quem fez isto ao extremo, sofreu sérias represálias, vide a Guerra de Canudos.

Basicamente é esta minha contribuição, colocada a partir de reflexões que na verdade explicam as dúvidas que tenho quanto a tudo isto.

#15

Relevante e super bem articulada sua reflexão, Julio! 

Alguns de seus questionamentos foram colocados também pela Luana Vilutis na sugestão sobre trabalho e economia

De fato existem vários sistemas opressores que dificultam a colaboração, mas eles não são perfeitos nem eficientes. Sempre haverão brechas, e pelas brechas a gente pode ir transformando o sistema, pouco a pouco. É no que acredito. Destruir o sistema para construir outro novo corre o risco de acabar reconstruindo a mesma estrutura produtiva, só que com uma ideologia diferente, tal como foi na experiência soviética.

Além disso os sistemas são apenas uma faceta da organização social. Existem muitas outras formas de organização que não estão sistematizadas, como por exemplo a amizade, o amor, a paixão. Eu acredito que nós devemos nos apegar a essas relações sociais para resistir e desviar dos sistemas opressores e daí sim podemos ter esperança, sem inocência, de que uma sociedade melhor é possível, pelo menos em nosso círculo social próximo. 

Pensar localmente, agir localmente. Deixar os sitemas globalizantes para trás.

#16

Eu já participei de diversas articulações colaborativas. Todas deram certo? Não! Carreguei coisas, muitas vezes sozinho, nas costas? Sim! Mas muita coisa saiu colaborativamente e foi bastante proveitoso e legal. Certas coisas fazem parte do processo e é um aprendizado, aprendizado que vai expurgando esse imprinting cultural que nós temos desde o berço.

Vamos articulando e afunilando, fazendo.

Abs