Segundo Leonardo S. Rodrigues do Ateliê Modelo de Arquitetura AMA UFSC, os Escritórios Modelos de Arquitetura e Urbanismo são grupos 'extensionistas', de iniciativa e gestão estudantil que realizam estudos e projetos de arquitetura e urbanismo às comunidades excluídas. Um EMAU, Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo é uma entidade estudantil que realiza Extensão Universitária, entendida enquanto parte indissociável da Pesquisa e do Ensino de graduação.
O EMAU é uma iniciativa estudantil e não deve ser instrumento das universidades para suprir deficiências acadêmicas, mas sim como um complemento à formação profissional. Todo EMAU possui sua própria dinâmica de trabalho a partir de sua realidade acadêmica e regional, no entanto todos devem respeitar alguns princípios para que sejam considerados escritórios modelo. O eixo norteador ético destes princípios são os quatro postulados da UNESCO e União Internacional de Arquitetos para educação em Arquitetura e Urbanismo:
– Garantir qualidade de vida digna para todos os habitantes dos assentamentos;
– Uso tecnológico que respeite as necessidades sociais, culturais e estéticas dos povos;
– Equilíbrio ecológico e desenvolvimento sustentável do ambiente construído;
– Arquitetura valorizada como patrimônio e responsabilidade de todos.
Sendo seus princípios os itens a seguir:
– Gestão Estudantil – O escritório modelo deve ter autonomia quanto à escolha de projetos e de orientador e é livre a participação de todos os estudantes interessados de sua faculdade. Por isso, torna-se um espaço para o desenvolvimento crítico e reflexivo da atuação e formação profissional.
– Horizontalidade nas tomadas de decisão – Buscar o consenso entre todos os envolvidos no processo, não havendo peso diferenciado entre os participantes. Vale ressaltar que o orientador não é um membro superior aos demais no EMAU e tem igual direito a voz, para incentivar a capacidade de gestão dos estudantes.
– Coletividade – Incentivar e desenvolver o trabalho participativo dentro e fora da universidade, não se restringindo à discussão, mas também promovendo a ação, bem como a troca entre as partes envolvidas. O EMAU, além de ter livre a participação para todos os estudantes de arquitetura e urbanismo, é livre para outros interessados, sendo um espaço de debate aberto a toda a sociedade. Isso garante um processo projetual participativo, promovendo a mobilização social.
– Multidisciplinaridade – Buscar todos os campos do conhecimento, científico e empírico, que possam contribuir para o desenvolvimento dos projetos realizados. O contato pode acontecer por iniciativa do próprio escritório ou da outra parte interessada.
– Não-assistencialista – O trabalho deve ser realizado com comunidades organizadas, elaborado e executado em parceria com a mesma, de forma que esta dê continuidade ao projeto após o afastamento do EMAU.
– Atuação nos locais não alcançados pelo profissional arquiteto – O escritório deve trabalhar com comunidades que não possam ter acesso ao trabalho profissional de arquitetura e urbanismo. A escolha dos locais pretende ainda difundir a atividade da arquitetura e urbanismo, buscando a ampliação da atuação do profissional através da disseminação da consciência do arquiteto e de toda a população.
– Sem fins lucrativos – O escritório modelo não tem fins lucrativos, no entanto, permite o recebimento de bolsa da faculdade por parte dos estudantes. É possível também firmar parcerias com entidades externas, desde que não firam nenhum dos outros princípios aqui presentes, principalmente no que diz respeito à autonomia do escritório modelo e o foco principal na extensão de cunho social. É importante frisar que estas parcerias devem ser buscadas preferencialmente através da comunidade envolvida. A responsabilidade técnica sobre os projetos elaborados pelos EMAUs segue legislação reguladora dos exercícios das profissões, sendo assinados pelo orientador do escritório.
Organograma Funcional
Iniciativa de implantação: Coordenação / Estudantes
Gestão Administrativa: Coordenação / Supervisor / Estudantes
Recursos: Direção/ Coordenação.
Infra-estrutura: Direção/ Coordenação / Supervisão
Captação e Escolha de Projetos: Coordenação / Professores/ Estudantes.
Área de atuação: Comunidades Organizadas.
Participação dos estudantes nos trabalhos: Processo Seletivo
Localização Física: Dependências da faculdade.
Responsável Técnico: Professor Supervisor.
Número Inicial Participantes: 3 (três) Bolsistas e 1 Supervisor
No ano de 2017 inicia-se as discussãoes para implantação do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade Pitágoras - Betim por iniciativa dos alunos e sob orientação da Professora Fernanda Sousa, com o intuito de propiciar oportunidade de estágio aos acadêmicos do curso de Arquitetura e Urbanismo e exercitar e complementar os conhecimentos adquiridos através de atividades de projetos e assessorias, atuando preferencialmente nos projetos de cunho social, públicos/coletivos e filantrópicos, o Escritório Modelo reforça a importância do papel do arquiteto e urbanista perante a sociedade.
A ideia é firmar convênios entre entidades de classe, órgãos públicos, setor privado sem fins lucrativos e a Faculdade com o intuito de proporcionar à comunidade externa, que necessita do atendimento de um profissional arquiteto, a formulação de projetos e intervenções focados na melhoria da qualidade de vida através da evolução da qualidade espacial, social, cultural e ambiental.
Os projetos que podem ser encampados pelo EMA, estarão desde edificações de diferentes escalas, desde habitações populares, edifícios comunitários, praças e parques, como propostas de intervenção em áreas protegidas por legislação ambiental e Patrimonio Cultural. Todos os projetos são idealizados para criar relações custo-benefício viáveis e que se apropriam de parâmetros ambientais para desenvolver projetos econômicos e inteligentes e que estão afinadas com os conceitos de sustentabilidade contemporâneos.
Além dos projetos públicos e para a comunidade, o Escritório Modelo envolverá os acadêmicos em diferentes concursos de Arquitetura que permitirãom ao estudante desenvolver sua criatividade além das limitações financeiras da vida profissional cotidiana.