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Oficina MetaReciclagem

Ajuda

Oficina MetaReciclagem


1. Nome da Oficina e das Unidades
Oficina MetaReciclagem
Unidades:
1. O que é MetaReciclagem?
2. MetaReciclagem: o movimento e a rede
3. Praticando MetaReciclagem
4. Construindo um esporo de MetaReciclagem
2. Descrição
A oficina irá apresentar o conceito e a metodologia MetaReciclagem para a
construção de tecnologias sociais em um ambiente de interação em rede com apoio
de comunidades de prática. Irá apresentar as principais definições, as ferramentas
de apoio ao trabalho colaborativo em rede e a forma de articulação e criação de
projetos locais.
3. Princípios
A oficina tem como princípio a construção de uma comunidade de
participantes e usuários do Casa Brasil em torno da idéia de construção de um
esporo (célula MetaReciclagem) local, que tenha por objetivo desenvolver atividades
conectadas com as necessidades e objetivos da comunidade local. Para tanto,
trabalhará princípios tecnológicos e sociais da construção de projetos
MetaReciclagem
4. Público-alvo
Usuários da Casa Brasil que tenham interesse em reciclagem e tecnologias
sociais. A oficina está focada para um público adolescente e adulto, sendo
recomendada para jovens a partir de 13 anos de idade.
5. Carga horária
A oficina terá uma duração média de 16 horas.
A frequência recomendada será de 4 horas semanais divididas em 2 dias na
semana.
6. Objetivos educacionais
– fornecer subsídios para a construção de uma autonomia local em relação a
MetaReciclagem;
– incentivar
o mapeamento das iniciativas locais de reciclagem e
desenvolvimento tecnológico;
– incentivar a pesquisa, a descoberta e a prática da MetaReciclagem como meio
de construção social tecnológica;
1Oficina MetaReciclagem

criar condições do desenvolvimento
colaborativos de MetaReciclagem.
de
trabalhos
comunitários
e
7. Habilidades e competências
– estabelecer relação entre projetos de MetaReciclagem e as necessidades
locais;
– possibilitar a seleção de idéias e projetos para aplicação local;
– permitir o desenvolvimento crítico em relação a interpretação de conceitos
tecnológicos populares.
8. Materiais necessários
Pedaços de papel, canetas, durex, computadores com acesso a Internet,
sucata de computadores (se possível), kit básico de ferramentas (se possível, chaves
de fenda, alicates). A oficina pode ser feita mesmo não havendo os materiais para
prática das atividades técnicas, pois um dos objetivos da oficina é estimular a ação
local para a obtenção desses recursos para subsidiar seus próprios projetos.
9. Avaliação
– criação de um projeto local de MetaReciclagem, onde iremos analisar:
– relação dos objetivos do projeto com a localidade onde a oficina está
ocorrendo;
– estímulo a uma produção solidária, onde os grupos de trabalho possam
iniciar comunidades de prática em torno dos objetivos do projeto;
– construção de comunidades, onde o trabalho possa ocorrer em grupos;
– trabalho colaborativo ao invés da produção solitária.
2Oficina MetaReciclagem
10. Detalhamento
Unidade 1: O que é MetaReciclagem?
Encontro 1: MetaReciclagem, hein?
Neste primeiro encontro, iremos trabalhar alguns pontos fundamentais para
o andamento da oficina.
Procedimento
Inicialmente, reúna todos os participantes e promova uma apresentação de cada
um, perguntando:
– nome;
– de onde vem;
– qual seu interesse nesta oficina;
– quais suas expectativas nessa oficina.
Após essa primeira rodada de apresentação, utilize os textos e sítios de
complementares e fale um pouco mais sobre:
– o que é o movimento MetaReciclagem;
– quais são seus objetivos.
Reúna os participantes da oficina em grupos de 3 a 4 pessoas e peça aos
mesmos para:
– descrever em fichas de papel iniciativas/pessoas que desenvolvam
tecnologias locais (adaptações, gambiarras, consertos, criações, etc.);
– montar um mural com essas fichas e cada grupo apresentar aos demais as
iniciativas que foram mapeadas.
Ao final do encontro, peça para que os participantes visitem o sítio do
MetaReciclagem:
www.metareciclagem.org
3Oficina MetaReciclagem
Textos complementares – Encontro 1
MetaReciclagem : conceitos
Iniciativas de democratização do acesso às tecnologias de informação e
comunicação só podem ser considerada efetivas à medida em que promovem o uso
crítico dessas ferramentas. A oficina de MetaReciclagem do projeto Casas Brasil tem
por objetivo promover a aproximação entre as pessoas e os diferentes tipos de
artefatos tecnológicos, levando a outros graus de apropriação destes, em busca da
transformação social, da ação colaborativa em rede e do aprendizado
distribuído. A MetaReciclagem, mais do que um projeto relacionado com
tecnologia, é uma metodologia educacional, em que se aprende fazendo e
questionando. A geração de autonomia e a proposição de novas formas de
mobilizar pessoas, organizar suas idéias e catalisar a inovação coletiva também
são metas do módulo de MetaReciclagem.
A MetaReciclagem é, acima de tudo, um esforço de desconstrução do
discurso da indústria de Tecnologias da Informação (TI): a obsolescência
programada (tendência a trocar de equipamentos de tanto em tanto tempo), a
restrição dos usos previsto para as tecnologias, a dependência de especialistas, etc.
MetaReciclagem é principalmente uma idéia. Uma idéia sobre a apropriação
de tecnologia em busca de transformação social. Esse conceito abrange diversas
formas de ação: da captação de computadores usados e montagem de laboratórios
reciclados usando software livre, até a criação de ambientes de circulação da
informação através da internet, passando por todo tipo de experimentação e apoio
estratégico e operacional a projetos socialmente engajados.
Uma metodologia que propõe uma perspectiva geradora de autonomia para
ações inseridas no contexto da inclusão digital: resumidamente, este é o conceito
motivador da MetaReciclagem. Inicialmente, os projetos de inclusão digital estavam
em grande medida associados à idéia de acesso à tecnologia. Muitos projetos
surgiram culminando num modelo, com algumas diferenças entre si, de TeleCentro
–local de acesso público a computadores e à Internet, onde os usuários têm um
tempo limitado de acesso e podem realizar cursos e atividades de interesse
próprio, mas sem a possibilidade de tomar a tecnologia com as próprias mãos e
experimentar diferentes usos. Em outras palavras: têm a liberdade de acesso à
informação, mas não a liberdade de manipulação da tecnologia.
Essa questão levou os integrantes do projeto MetaReciclagem a uma
profunda reflexão conceitual e filosófica a respeito da efetiva apropriação da
tecnologia pelas comunidades como uma ferramenta de expressão, de produção
simbólica, de efetivo domínio do saber-fazer e adaptação à realidade local. Enfim,
4Oficina MetaReciclagem
como meio de construção de conhecimento dentro daquilo que pode ser chamado
de artesanato tecnológico.
Figura 1 – O acesso tem de ser livre – Fonte: http://twiki.softwarelivre.org/pub/Arte/Cibernos/pcs.png
Dessa forma, a MetaReciclagem propõe que um projeto efetivo de inclusão
social através da tecnologia deve partir de um princípio gerador capaz de garantir
sustentabilidade, capaz de permitir o efetivo domínio da apropriação da tecnologia,
além da replicação do conceito em outras áreas de interesse. Daí a idéia de captar
computadores antigos, o lixo digital, sucata tecnológica que fica à margem do
mundo dos negócios por conta da falsa obsolescência incentivada pela indústria, e
que conseqüentemente possui valor comercial baixo ou praticamente nulo. Com a
sucata, novos computadores são construídos, as máquinas passam a pertencer
àqueles que as reciclaram (e não mais 'ao projeto'), permitindo abrir os
computadores, examinar minúcias, construir conhecimento a partir dos meios de
evolução da tecnologia, sem problemas legais de patrimônio das máquinas, prazos
5Oficina MetaReciclagem
de garantia e suporte especializado, entre outras questões.
O lixo gerado desse processo de reciclagem é também um novo canal
econômico para essas comunidades: a separação do plástico duro, do metal das
máquinas, dos cabos, entre outros materiais, que podem ser vendidos
separadamente, contribuindo com mais um nicho de desenvolvimento econômico
sustentável.
Como meio de operar essas máquinas e permitir também o efetivo domínio
da tecnologia do software, é utilizado o software livre, que também permite a
adaptação de códigos e uma distribuição legalizada dos computadores e dos
sistemas utilizados.
Figura 2 – (Des) apropriando a tecnologia – Fonte: http://www.cbpf.br/~eduhq
É aqui que temos, portanto, o processo da MetaReciclagem: construir com as
comunidades um processo de autonomia tecnológica baseada em princípios da
reciclagem e do software livre, abrir canais de geração de trabalho e renda com
base nos produtos desse processo, obter não apenas o acesso à tecnologia, mas a
efetiva apropriação da mesma como meio de desenvolvimento e criação. Dessa
forma, comunidades iniciam a venda de produtos de tecnologia a baixo custo para
um público interno, ocupam espaços em Centros Comunitários criando TeleCentros
para acesso a tecnologia reciclada, laboratórios de reciclagem viram centros de
formação profissional local.
A MetaReciclagem se dissemina através da replicação de esporos
independentes e autônomos por todo o país, onde o acesso à tecnologia reciclada
torna-se mais simples e imediato, de tal forma a criar a cultura da reciclagem de
computadores como meio de desenvolvimento social e de geração de trabalho e
renda.
6Oficina MetaReciclagem
Fundamentos
Apropriação crítica da tecnologia: máquinas são máquinas. Desconstruir o
papel delas é tarefa fundamental de um metarecicleiro. Tratar a tecnologia como
artesanato, como um quebra-cabeças simples, que pode e deve ser aberto,
exposto, desmontado e remontado. Apropriado, enfim. Nenhuma autoridade deve
ser concedida àquele que entende mais sobre computadores. Aliás, metareciclagem
não depende de computadores: metareciclar tecnologia pode começar com lápis e
papel. Um metarecicleiro promove uma relação de aproximação com a tecnologia e
com seu funcionamento.
Ênfase na Tecnologia Social: a tecnologia (assim como o "digital") é ampla
em significado e pode ser usada para objetivos mesquinhos ou superficiais. O uso
que queremos dar à tecnologia é o uso social: a tecnologia como meio para agregar
pessoas que têm interesses, dificuldades, oportunidades, em comum. Um
metarecicleiro usa a tecnologia como meio para promover a colaboração e a
cooperação.
Software Livre e Conhecimento Livre: usamos exclusivamente software
livre e de código aberto, nem tanto por questões de custo, mas por entendermos o
conhecimento como bem coletivo e livremente apropriável. No mesmo sentido,
buscamos sempre a criação de repositórios de conhecimento livre com base na
prática cotidiana. Um metarecicleiro documenta o que faz e usa a rede
metarecicleira para compartilhar essa documentação.
Descentralização integrada: temos uma lista de discussão justamente para
integrar e promover o intercâmbio de conhecimento e oportunidades entre pessoas
em diferentes esporos de MetaReciclagem. Um metarecicleiro usa a lista de
discussão para contar para os outros o que anda fazendo.
7Oficina MetaReciclagem
Encontro 2: Visitando a casa MetaReciclagem
Neste encontro, iremos visitar e explorar os recursos na Internet de pessoas e
projetos que tem relacionamento e praticam a MetaReciclagem. Será uma
experiência sensível de vivência e conhecimento do que é MetaReciclagem, através
de textos, vídeos e imagens de projetos.
Procedimento
Estimule, portanto, os participantes da oficina a visitarem:
Vídeos sobre MetaReciclagem:
– O que é MetaReciclagem:
– Processador de Computador:
– Armazenamento de Dados:
– Sucata de Bits:
– Memória de Computador:
– Processador e Cooler:
– Placa de rede:
– Por dentro do computador:
Imagens de MetaReciclagem:
http://metareciclagem.org/gallery/main.php
http://www.ecommunita.com/galeria/main.php
http://br.search.yahoo.com/search/images?p=metareciclagem&ei=UTF-
8&fr=FP-pull-web-t&x=wrt
Blogs dos MetaRecicleiros:

http://blogs.metareciclagem.org/
Esporos de Projetos MetaRecicleiros:
http://oxossi.metareciclagem.org/moin/Esporos
www.ecommunita.com
8Oficina MetaReciclagem
Antes de encerrar o encontro, reúna os participantes em roda e abra a
seguinte discussão:
– o que foi visto de interessante;
– o que poderia ser aplicado na comunidade local;
– essas ações seriam importantes para jovens da comunidade;
– peça aos grupos para se reunirem e escreverem algumas idéias do que
poderiam aplicar em sua comunidade sobre o que aprenderam de
MetaReciclagem.
9Oficina MetaReciclagem
Unidade 2: MetaReciclagem, o movimento e a rede
Encontro 3: Entrando na rede
Procedimento
Neste encontro, os participantes da oficina deverão integrar-se à rede
MetaReciclagem de ações e começar a interagir com os outros membros de outras
localidades.
Estimule os participantes a cadastrarem seus emails (para aqueles que ainda
não
tiverem
email,
crie
um
num
provedor
gratuito,
como
o
http://mail.yahoo.com.br) na lista de discussão do projeto MetaReciclagem,
acessando o sítio abaixo:
http://www.colab.info/cgi-bin/mailman/listinfo/metarec
Após a inscrição dos participantes da oficina na lista, estimule cada um a
escrever uma mensagem de apresentação, contendo:
– quem eu sou;
– de onde estou falando;
– o que estamos fazendo aqui na oficina.
Estimule os participantes a comentarem as mensagens uns dos outros e
dentro de poucos minutos a rede MetaReciclagem começará a responder e
comentar essas mensagens que acabam chegando. Estaremos criando aqui um
processo de interação na rede que irá auxiliar no desenvolvimento de todas as
próximas atividades e na efetiva construção de uma autonomia local em relação a
livre apropriação de MetaReciclagem.
Termine este encontro reunindo os participantes e pedindo aos mesmos que
relatem o que sentiram e o que estão pensando dessa experiência de interação em
rede. Não se esqueça de dizer que a partir de agora, todos esses participantes da
oficina também são MetaRecicleiros e agora fazem parte dessa comunidade.
10Oficina MetaReciclagem
Texto complementar – Encontro 3
Comunidade Virtual
Uma comunidade virtual é uma comunidade que estabelece relações num
espaço virtual através de meios de comunicação a distância. Se caracteriza pela
aglutinação de um grupo de indivíduos com interesses comuns que trocam
experiências e informações no ambiente virtual.
Um dos principais fatores que potencializam a criação de comunidades
virtuais é a dispersão geográfica dos membros. O uso das Tecnologias de
Informação e Comunicação - TICs minimizam as dificuldades relacionadas a tempo
e espaço, promovendo o compartilhamento de informações e a criação de
conhecimento coletivo.
11Oficina MetaReciclagem
Encontro 4: Sendo um nó na rede
Neste encontro, iremos começa a publicar idéias sobre os projetos locais de
MetaReciclagem para que a lista de discussão possa auxiliar nesta construção
coletiva.
Figura 3 – Construindo a rede – Fonte: http://twiki.softwarelivre.org/bin/view/Arte
Procedimento
A dinâmica desta atividade será:
– reúna todos os grupos de participantes;
– peça a todos para construirem juntos uma idéia de como utilizar
MetaReciclagem em sua comunidade local;
– peça aos participantes para escreverem essa idéia na lista de emails do
projeto MetaReciclagem;
– estimule aos participantes
companheiros;
– para a construção dos projetos dos grupos, peça aos mesmos para
utilizarem o seguinte roteiro:
– Objetivo do projeto;
– Parceiros do projeto;
– Materiais necessários;
– Tempo de duração;
a
comentarem
os
projetos
de
seus
12Oficina MetaReciclagem
– Equipe necessária;
– Previsão de custos.
– com o passar do encontro, os membros da rede MetaReciclagem irão
começar a interagir com os participantes da oficina;
– estimule os participantes a modificarem e refletirem sobre seus projetos
com base nos comentários que a rede for desenvolvendo;
– ao final do encontro, promova um debate entre os participantes para
avaliarem o que está ocorrendo. Procure observar como o processo
colaborativo está ocorrendo, quais são as descobertas, como a rede está
permeando essas atividades.
13Oficina MetaReciclagem
Texto complementar – Encontro 4
Imaginante MetaRecicleiro
Fonte: email de Duende na lista MetaReciclagem
Uma das açoes mais importantes de se ter em mente quando se fala de
“ruptura paradigmática” e mudança do modo de fazer é a recuperação do
“sentimento de criador”. No contexto em que vivemos, bombardeados pela
influência da sociedade industrial mega-corporativa na nossa cultura (e em nossa
mitologia), é natural pensar que somos muito pouco capazes de FAZER coisas,
MODIFICÁ-LAS a nosso modo. É senso comum entre a maioria que a informação
que vem de cima é mais forte e certa e que a indústria tem um poder de fazer que
anula completamente o nosso.
Isso vai contra o pensar da maioria de nós, ou ao menos do pensar do
“nós” que eu conheço desta lista. Nós acreditamos que podemos FAZER coisas,
acreditamos que podemos MODIFICÁ-LAS, acreditamos na nossa importância e
nos imbuímos de responsabilidade pelo mundo em que vivemos. Reciclando
tecnologia, agindo contra o movimento de afastamento entre a sociedade
incluída e a excluída, recuperando o senso de protagonismo e de relevância
das
pessoas...
Bem entendido, este é o papel de um “herói cultural”.
Muitos autores transformam o “herói cultural”, o elemento meio pessoa
meio lenda que age dentro de uma cultura, modificando-a, em algo distante
de nossa realidade. Por vezes dão a impressão de que isso é algo que existe e
faz sentido apenas em culturas “primitivas” ou então articuladas, elaboradas
desde sua base até as mais capilares manifestações, de um modo muito
diferente da nossa. Acredito que isso não poderia estar mais longe da verdade.
Mesmo a cultura industrial/informacional é revestida a seu modo em uma
malha mítica. Dentro de seu conceito os shamans, os criadores e
mantenedores e modificadores dos mitos não são mais as pessoas em geral e
sim os “caciques midiáticos”, comprometidos com seus próprios deuses-
demônios de poder, influência e dinheiro (que são, sempre foram também,
pessoas). Mesmo assim ainda há mitos, e ainda são os mitos que moldam
nosso pensar sobre o mundo. Contra esta força verticalizada, esta dominação
mítica, existem os nossos heróis culturais contemporâneos. Pessoas que
investem-se do papel de lutar contra um inimigo ora físico ora metafórico
(mas de qualquer forma revestido de importância mítica) em prol de seu povo,
de seus ideais e de seu modo de vida. Vendo a coisa desta forma a
metareciclagem ganha contornos míticos e seus participantes, colaboradores
(guerreiros) são investidos de um papel de heróis culturais. Iniciativas como o
metareciclagem são matéria de mito, como é matéria de mito a instituição da
cultura do milho entre os povos mezoamericanos e a escrita entre os povos do
oriente médio. Quando a briga é cultural, é de modo de fazer e pensar, é uma
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briga que envolve heróis culturais.
Visto por este ângulo, o trabalho do metarec ganha mais uma dimensão,
e é uma dimensão também muito bonita. É importante ter isso em mente
quando se trabalha com mudança de paradigma. Se a iniciativa visa lidar com
cultura, com modo de pensar, é importante se pensar miticamente. Quando se
escreve a história do metareciclagem, tenham em mente que estão escrevendo
uma lenda. Quando se estrutura a forma de pensar, fazer e multiplicar a ação
metarecicleira, está se tecendo uma construção sensível e prática que se
assemelha à iniciação dos shamans e guerreiros-sagrados de outrora. Algo
que leva a pessoa além de sua vivência comum, apresenta a ela visões e
dimensões que estão além daquilo que está em seus cotidianos, apresenta a
ela conhecimentos novos, quase esotéricos, e tudo isso se transforma em um
poder e uma percepção do próprio poder que é completamente nova para para
a pessoa. E então ela é instada pelo grupo a colocar em prática este
conhecimento...
Estas idéias não estão prontas, e talvez possam soar para a maioria
como uma grande viagem, mas é o modo como posso contribuir para tudo
isso que está acontecendo. Sou um contista, um fabulista, um vivedor e
escrevedor de histórias e meu universo é o universo do mito vivo. O
pensamento mitológico, mesmo ainda tão vivo, é por vezes tido como
antiquado, assim como as máquinas velhas. Se o metarec é um movimento de
reciclar aquilo que parece não ser mais usável e descobrir para ele um uso
maravilhoso, aí está algo para vocês reciclarem.
O metarec é também uma causa cultural, busca mudar a cultura (e a
percepção das pessoas sobre seu mundo). É uma coisa de heróis culturais e
lendas, com seus próprios Prometeus roubando o fogo dos deuses e dando ao
povo e seus próprios shamans caminhantes que levam de tribo em tribo o
conhecimento desta pajelança... Estão todos prontos para se reciclarem como
heróis culturais?
15Oficina MetaReciclagem
Unidade 3: Praticando MetaReciclagem
Encontros 5 e 6: Introdução a prática
Nestes encontros, iremos iniciar a prática de MetaReciclagem. Se tivermos
computadores em sucata, isso pode ser facilitado na construção dos próximos dois
encontros. Se não tivermos, essas informações poderão ser utilizadas de forma
demonstrativa pelo oficineiro em um ou dois computadores de demonstração.
Figuras 3 e 4- Computadores MetaReciclados – Fonte: Acervo MetaReciclagem
Um ponto forte da metodologia de MetaReciclagem é que você não precisa
ter muito conhecimento técnico prévio para iniciar um laboratório, aliás, o processo
de criação de um laboratório de MetaReciclagem pode ser o próprio processo de
aprendizado em computação. De qualquer forma, se por acaso você tem poucos
conhecimentos ou está apenas iniciando em seus conhecimentos a respeito da
computação, podemos iniciar nosso estudo através do texto abaixo.
O mais importante é que esse texto é apenas um guia para conhecer os
princípios de um computador. Não deve ser examinado em todos os seus detalhes.
Para essa atividade, apresente as principais peças de um computador e explique
seu funcionamento básico. Se houver disponibilidade, estimule a montagem e
desmontagem de um computador pelos os grupos de participantes.
Após ser trabalhado o texto, encerre esses dois encontros numa conversa em roda
com os participantes, procurando ouvir seus comentários, dúvidas, idéias e
opiniões.
Estimule os participantes da oficina relatarem na lista de discussão do
MetaReciclagem suas impressões a respeito de sua experiência de mexer nos
computadores. É sempre muito importante essa etapa de interação com a rede,
pois é ela que permitirá a continuidade das iniciativas.
16Oficina MetaReciclagem
Textos de apoio – Encontros 5 e 6
O Computador
Figura 5 – O Computador – Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Personal_computer%2C_exploded.svg
LEGENDA: 01- Monitor 02- Placa-Mãe 03- Processador 04- Memória RAM 05- Placas de
Rede, Som, Vídeo, Fax... 06- Fonte de Energia 07- Leitor de CDs e/ou DVDs 08- Disco Rígido (HD)
09- Mouse (chamado de Rato, em Portugal) 10- Teclado
O computador é uma máquina eletrônica que processa e armazena os dados
e pode executar diversos programas para realizar uma série de tarefas e assim
atender a necessidade do seu utilizador. O computador não é uma máquina
inteligente, ele apenas executa as instruções dos programas que foram escritos
pelo programador.
Conhecendo o Computador
17Oficina MetaReciclagem
Aqui pretendemos explicar para que serve cada botão do painel do computador e
monitor de vídeo. Se você já sabe para que cada um serve, recomendo pular esta
parte, é o BE-A-BÁ.
Todo computador possui funções que são usados em outros tipos e modelos. Você
pode ter um modelo de computador e um amigo seu outro tipo e mesmo tendo
aparência diferente, terão as mesmas funções.
Tipos de Gabinete
Quanto ao tipo, o gabinete pode ser Desktop, Mini-torre e Torre.
Desktop
É usado na posição Horizontal (como o vídeo cassete). Sua característica é
que ocupa pouco espaço em uma mesa, pois pode ser colocado sob o monitor.
A desvantagem é que normalmente possui pouco espaço para a colocação de
novas placas e periféricos. Outra desvantagem é a dificuldade na manutenção
deste tipo de equipamento (hardware).
Mini-Torre
É usado na posição Vertical (torre). É o modelo mais usado. Sua característica
é o espaço interno para expansão e manipulação de periféricos. A
desvantagem é o espaço ocupado em sua mesa .
Torre
Possui as mesmas características do Mini-torre, mas tem uma altura maior e
mais espaço para colocação de novos periféricos. Muito usado em servidores
de rede e placas que requerem uma melhor refrigeração.
Painel Frontal
O painel frontal do computador tem os botões que usamos para ligar, desligar, e
acompanhar o funcionamento do computador. Abaixo o significado de cada um:
Botão POWER
Liga/Desliga o computador.
Botão TURBO
Se ligado, coloca a placa mãe em operação na velocidade máxima (o padrão).
Desligado, faz o computador funcionar mais lentamente (depende de cada
placa mãe). Deixe sempre o TURBO ligado para seu computador trabalhar na
velocidade máxima de processamento.
18Oficina MetaReciclagem
Botão RESET
Reinicia o computador. Quando o computador é reiniciado, uma nova partida é
feita (é como se nós ligássemos novamente o computador). Este botão é um
dos mais usados por usuários Windows dentre os botões localizados no painel
do microcomputador. No GNU/Linux é raramente usado (com menos
freqüência que a tecla SCROLL LOCK).
É recomendado se pressionar as teclas <CTRL> <ALT> <DEL> para reiniciar o
computador e o botão RESET somente em último caso, pois o <CTRL> <ALT>
<DEL> avisa ao Linux que o usuário pediu para o sistema ser reiniciado assim
ele poderá salvar os arquivos, fechar programas e tomar outras providências
antes de resetar o computador.
KEYLOCK
Permite ligar/desligar o teclado. É acionado por uma chave e somente na
posição "Cadeado Aberto" permite a pessoa usar o teclado (usar o
computador). Alguns computadores não possuem KEYLOCK.
LED POWER
Led (normalmente verde) no painel do computador que quando aceso, indica
que o computador está ligado. O led é um diodo emissor de luz (light emission
diode) que emite luz fria.
LED TURBO
Led (normalmente amarelo) no painel do computador. Quando esta aceso,
indica que a chave turbo está ligada e o computador funcionando a toda
velocidade.
Raramente as placas mãe Pentium e acima usam a chave turbo. Mesmo que
exista no gabinete do micro, encontra-se desligada.
LED HDD
Led (normalmente vermelho) no painel do computador. Acende quando o disco
rígido (ou discos) do computador está sendo usado.
Também acende quando uma unidade de CD-ROM está conectada na placa
mãe e estiver sendo usada.
Monitor de Vídeo
O monitor de vídeo se divide em dois tipos:


Monocromático - Mostra tons de cinza
Policromático - A conhecida tela colorida
Quando ao padrão do monitor, existem diversos:
CGA - Color Graphics Adapter
19Oficina MetaReciclagem
Capacidade de mostrar 4 cores simultâneas em modo gráfico. Uma das
primeiras usadas em computadores PCs, com baixa qualidade de imagem,
poucos programas funcionavam em telas CGA, quase todos em modo texto.
Ficou muito conhecida como "tela verde" embora existem modelos CGA preto
e branco.
Hércules
Semelhante ao CGA. Pode mostrar 2 cores simultâneas em modo gráfico. A
diferença é que apresenta uma melhor qualidade para a exibição de gráficos
mas por outro lado, uma grande variedade de programas para monitores CGA
não funcionam com monitores Hércules por causa de seu modo de vídeo.
Também é conhecido por sua imagem amarela.
Dependendo da placa de vídeo, você pode configurar um monitor Hércules
monocromático para trabalhar como CGA.
EGA - Enhanced Graphics Adapter
Capacidade de mostrar 16 cores simultâneas em modo gráfico. Razoável
melhora da qualidade gráfica, mas poucos programas rodavam neste tipo de
tela. Ficou mais conhecida após o lançamento dos computadores 286, mas no
Brasil ficou pouco conhecida pois logo em seguida foi lançada o padrão VGA.
VGA - Video Graphics Array
Capacidade de mostrar 256 cores simultâneas. Boa qualidade gráfica, este
modelo se mostrava capaz de rodar tanto programas texto como gráficos com
ótima qualidade de imagem. Se tornou o padrão mínimo para rodar programas
em modo gráfico.
Placa Mãe
É a placa principal do sistema onde estão localizados o Processador, Memória RAM,
Memória Cache, BIOS, CMOS, RTC, etc. A placa mãe possui encaixes onde são
inseridas placas de extensão (para aumentar as funções do computador). Estes
encaixes são chamados de "SLOTS".
Alguns componentes da placa mãe
Abaixo a descrição de alguns tipos de componentes eletrônicos que estão
presentes na placa mãe. Não se preocupe se não entender o que eles significam
agora:

RAM - Memória de Acesso Aleatório (Randomic Access Memory). É uma
20Oficina MetaReciclagem
memória de armazenamento temporário dos programas e depende de uma
fonte de energia para o armazenamento dos programas. É uma memória
eletrônica muito rápida assim os programas de computador são executados
nesta memória. Seu tamanho é medido em Kilobytes ou Megabytes.
Os chips de memória RAM podem ser independentes (usando circuitos
integrados encaixados em soquetes na placa mãe) ou agrupados placas de 30
pinos, 72 pinos e 168 pinos.
Quanto maior o tamanho da memória, mais espaço o programa terá ao ser
executado. O tamanho de memória RAM pedido por cada programa varia, o
GNU/Linux precisa de no mínimo 2 MB de memória RAM para ser executado
pelo processador.
• PROCESSADOR - É a parte do computador responsável pelo processamentos
das instruções matemáticas/lógicas e programas carregados na memória
RAM.
• CO-PROCESSADOR - Ajuda o Processador principal a processar as instruções
matemáticas. É normalmente embutido no Processador principal em
computadores a partir do 486 DX2-66.
• CACHE - Memória de Armazenamento Auxiliar do Processador. Possui alta
velocidade de funcionamento, normalmente a mesma que o processador.
Serve para aumentar o desempenho de processamento. A memória Cache
pode ser embutida na placa mãe ou encaixada externamente através de
módulos L2.
• BIOS - É a memória ROM que contém as instruções básicas para a
inicialização do computador, reconhecimento e ativação dos periféricos
conectados a placa mãe. As BIOS mais modernas (a partir do 286) também
trazem um programa que é usado para configurar o computador modificando
os valores localizados na CMOS.
As placas controladoras SCSI possuem sua própria BIOS que identificam
automaticamente os periféricos conectados a ela. Os seguintes tipos de chips
podem ser usados para gravar a BIOS:
• ROM - Memória Somente para Leitura (Read Only Memory). Somente
pode ser lida. É programada de fábrica através de programação elétrica
ou química.
• PROM - Memória Somente para Leitura Programável (Programable Read
Only Memory) idêntica a ROM mas que pode ser programada apenas
uma vez por máquinas "Programadoras PROM". É também chamada de
MASK ROM.
• EPROM - Memória semelhante a PROM, mas seu conteúdo pode ser
apagado através raios ultra-violeta.
• EEPROM - Memória semelhante a PROM, mas seu conteúdo pode ser
apagado e regravado. Também é chamada de Flash.
21Oficina MetaReciclagem

CMOS - É uma memória temporária alimentada por uma Bateria onde são
lidas/armazenadas as configurações do computador feitas pelo programa
residente na BIOS.
Memória do Computador
A memória é a parte do computador que permitem o armazenamento de dados. A
memória é dividida em dois tipos: Principal e Auxiliar. Normalmente quando
alguém fala em "memória de computador" está se referindo a memória "Principal".
Veja abaixo as descrições de Memória Principal e Auxiliar.
Memória Principal
É um tipo de memória eletrônica que depende de uma fonte de energia para manter
os dados armazenados e perde os dados quando a fonte de energia é desligada. A
memória RAM do computador (Randomic Access Memory - Memória de Acesso
aleatório) é o principal exemplo de memória de armazenamento Principal.
Figura 6 – Chip de memória RAM – Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:SODIMM_64MB_SDRAM.JPG
Os dados são armazenados em circuitos integrados ("chips") e enquanto você
está usando seu computador, a RAM armazena e executa seus programas. Os
programas são executados na memória RAM porque a memória eletrônica é muito
rápida.
Se desligarmos o computador ou ocorrer uma queda de energia, você perderá
os programas que estiverem em execução ou o trabalho que estiver fazendo. Por
esse motivo é necessário o uso de uma memória auxiliar.
22Oficina MetaReciclagem
Memória Auxiliar
São dispositivos que não dependem de uma fonte de energia para manter os dados
armazenados, os dados não são perdidos quando a fonte de energia é desligada.
As Memórias Auxiliares são muito mais lentas que as Memórias Principais
porque utilizam mecanismos mecânicos e elétricos (motores e eletroímãs) para
funcionar e fazer a leitura/gravação dos dados.
Um exemplo de dispositivos de armazenamento auxiliar são os disquetes, discos
rígidos, unidades de fita, Zip Drives, CD-ROM, etc.
A Memória Auxiliar resolve o problema da perda de dados causado pela Memória
Principal quando o computador é desligado, desta forma podemos ler nossos
arquivos e programas da memória Auxiliar e copia-los para a Memória Principal
(memória RAM) para que possam ser novamente usados.
Um exemplo simples é de quando estiver editando um texto e precisar salva-lo, o
que você faz é simplesmente salvar os dados da memória RAM que estão sendo
editados para o disco rígido, desta forma você estará guardando seu documento na
Memória Auxiliar.
Este tipo de memória é mais lento que a memória principal, é por este motivo que
os programas somente são carregados e executados na Memória Principal.
Discos
Os discos são memórias de armazenamento Auxiliares. Entre os vários tipos de
discos existentes, podemos citar os Flexíveis, Rígidos e CDs. Veja as explicações
sobre cada um deles abaixo.
Discos Flexíveis
São discos usados para armazenar e transportar pequenas quantidades de dados.
Este tipo de disco é normalmente encontrado no tamanho 3 1/2 (1.44MB)
polegadas e 5 1/4 polegadas (360Kb ou 1.2MB). Hoje os discos de 3 1/2 são os
mais utilizados por terem uma melhor proteção por causa de sua capa plástica
rígida, maior capacidade e o menor tamanho o que facilita seu transporte.
Os disquetes são inseridos em um compartimento chamado de "Unidade de
Disquetes" ou "Drive" que faz a leitura/gravação do disquete.
Sua característica é a baixa capacidade de armazenamento e baixa velocidade no
acesso aos dados mas podem ser usados para transportar os dados de um
23Oficina MetaReciclagem
computador a outro com grande facilidade. Os disquetes de computador comuns
são discos flexíveis.
Disco Rígido
É um disco localizado dentro do computador. É fabricado com discos de metal
recompostos por material magnético onde os dados são gravados através de
cabeças e revestido externamente por uma proteção metálica que é preso ao
gabinete do computador por parafusos. Também é chamado de HD (Hard Disk) ou
Winchester. É nele que normalmente gravamos e executamos nossos programas
mais usados.
A característica deste tipo de disco é a alta capacidade de armazenamento de dados
e alta velocidade no acesso aos dados.
CD
É um tipo de disco que permite o armazenamento de dados através de um
compact disc e os dados são lidos através de uma lente ótica. A Unidade de CD é
localizada no gabinete do computador e pode ler CDs de músicas, arquivos,
interativos, etc. Existem diversos tipos de CDs no mercado, entre eles:



CD-R - CD gravável, pode ser gravado apenas uma vez. Possui sua
capacidade de armazenamento entre 600MB e 740MB dependendo do
formato de gravação usado. Usa um formato lido por todas as unidades de
CD-ROM disponíveis no mercado.
CD-RW - CD regravável, pode ser gravado várias vezes, ter seus arquivos
apagados, etc. Seu uso é semelhante ao de um disquete de alta capacidade.
Possui capacidade de armazenamento de normalmente 640MB mas isto
depende do fabricante. Usa um formato que é lido apenas por unidades
leitoras e gravadoras multiseção.
DVD-ROM - CD ROM de alta capacidade de armazenamento. Pode armazenar
mais de 17GB de arquivos ou programas. É um tipo de CD muito novo no
mercado e ainda em desenvolvimento. É lido somente por unidades próprias
para este tipo de disco.
24Oficina MetaReciclagem
Dispositivos de Entrada e Saída
• Entrada - Permite a comunicação do usuário com o computador. São
dispositivos que enviam dados ao computador para processamento.
Exemplos: Teclado, mouse, caneta ótica, scanner.
O dispositivo de entrada padrão (stdin) em sistemas GNU/Linux é o teclado.
• Saída - Permite a comunicação do computador com o usuário. São
dispositivos que permitem o usuário visualizar o resultado do processamento
enviado ao computador. Exemplos: Monitor, Impressora, Plotter.
O dispositivo de saída padrão (stdout) em sistemas GNU/Linux é o Monitor.
Ligando o computador
Para ligar o computador pressione o botão POWER ou I/O localizado em seu painel
frontal do micro.
Imediatamente entrará em funcionamento um programa residente na memória
ROM (Read Only Memory - memória somente para leitura) da placa mãe que fará os
testes iniciais para verificar se os principais dispositivos estão funcionando em seu
computador (memória RAM, discos, processador, portas de impressora, memória
cache, etc).
Quando o ROM termina os testes básicos, ele inicia a procura do setor de boot nos
discos do computador que será carregado na memória RAM do computador. Após
carregar o setor de boot, o sistema operacional será iniciado . O setor de boot
contém a porção principal usada para iniciar o sistema operacional.
No GNU/Linux, o setor de boot normalmente é criado por um gerenciador de
inicialização (um programa que permite escolher qual sistema operacional será
iniciado). Deste modo podemos usar mais de um sistema operacional no mesmo
computador (como o DOS e Linux). O gerenciador de inicialização mais usado em
sistemas GNU/Linux na plataforma Intel X86 é o LILO.
Caso o ROM não encontre o sistema operacional em nenhum dos discos, ele pedirá
que seja inserido um disquete contendo o Sistema Operacional para partida.
Desligando o computador
Para desligar o computador primeiro digite (como root): "shutdown -h now", "halt"
ou "poweroff", o GNU/Linux finalizará os programas e gravará os dados em seu
disco rígido, quando for mostrada a mensagem "power down", pressione o botão
POWER em seu gabinete para desligar a alimentação de energia do computador.
25Oficina MetaReciclagem
NUNCA desligue diretamente o computador sem usar o comando shutdown, halt
ou poweroff, pois podem ocorrer perda de dados ou falhas no sistema de arquivos
de seu disco rígido devido a programas abertos e dados ainda não gravados no
disco.
Salve seus trabalhos para não correr o risco de perde-los durante o desligamento
do computador.
Reiniciando o computador
Reiniciar quer dizer iniciar novamente o sistema. Não é recomendável desligar e
ligar constantemente o computador pelo botão ON/OFF, por este motivo existe
recursos para reiniciar o sistema sem desligar o computador. No GNU/Linux você
pode usar o comando reboot, shutdown -r now e também pressionar
simultaneamente as teclas <CTRL> <ALT> <DEL> para reiniciar de uma forma
segura.
Observações:


Salve seus trabalhos para não correr o risco de perde-los durante a
reinicialização do sistema.
O botão reset do painel frontal do computador também reinicia o
computador, mas de uma maneira mais forte pois está ligado diretamente
aos circuitos da placa mãe e o sistema será reiniciado imediatamente, não
tendo nenhuma chance de finalizar corretamente os programas, gravar os
dados da memória no disco e desmontar os sistemas de arquivos. O uso
indevido da tecla reset pode causar corrompimentos em seus arquivos e
perdas.
Prefira o método de reinicialização explicado acima e use o botão reset
somente em último caso.
fonte: http://focalinux.cipsga.org.br
Técnicas de Montagem e Desmontagem
O processo de montagem e desmontagem de um computador é muito
simples, os encaixes de componentes e placas são projetados para evitar todo e
qualquer de engano. Não sendo possível de forma alguma cometer erros
despropositais. Infelizmente em quase 100% dos casos a inversão da posicão de
uma placa ou banco de memória pode causar danos permanentes tando no
componente quanto na placa-mãe, note que é quase impossível errar nesse sentido
já que os soquetes em geral não permitem tais enganos. Porem soquetes de má
26Oficina MetaReciclagem
qualidade se dilatam muito facilmente, e com pouco esforço é possível inverter a
posicão
de
um
pente
de
memória,
por
exemplo.
Portanto, veja esse processo como um processo de ganhar intimidade com a
máquina, de descobrir como um novo jogo funciona com base nos testes e
possibilidades que as conexões entre as peças de um computador podem oferecer.
Vejamos alguns pontos que merecem destaque quando manipulamos peças de
computadores:







Deve-se manusear as placas somente pelas bordas, pois as fibras
que compõem sua construção são de material isolante;
Evitar trabalhar com eletrônica utilizando roupas de lã, sabe-se que devido a
própria movimentação corporal, as roupas (em seu atrito com nosso corpo)
geram cargas que se acumulam em grande quantidade, e que se descarregam
de tempos em
tempos, buscando o equilíbrio eletrostático e podem danificar as placas e
memórias;
Devemos evitar manusear placas e componentes eletrônicos em locais onde
existam carpetes;
Não se deve trabalhar com eletrônica descalço em hipótese alguma, pois você
pode sofrer uma descarga elétrica que eventualmente pode causar sérios
danos físicos;
Sempre é recomendável, antes de tocar componentes e placas, descarregar a
estática corporal tocando em metais que estejam aterrados (janelas ou
grades de metal que não estejam pintadas);
Fazer hábito a utilização de pulseiras, ou tornozeleiras ant-estática, estas
devem ser conectadas a um fio terra (jamais neutro da rede elétrica...),
eliminando assim qualquer carga elétrica do corpo;
Uma solução eficiente, porém não muito recomendável, é proceder o
equilíbrio das
cargas eletrostáticas entre o profissional e o equipamento que está sendo
manuseado através do toque no gabinete (que deve estar aterrado, e não
somente ligado ao neutro);
Os danos ocasionados pela estática são muito comuns,apesar de alguns negarem.
Outro detalhe que não se pode esquecer é que a tensão desenvolvida no gabinete
de um equipamento (computador) não aterrado é suficiente para danificá-lo em
caso de toque inadvertido entre nosso corpo, o gabinete (não aterrado) e um
componente qualquer (HD, por exemplo), mas neste caso o dano não ocorre devida
estática, e sim por condução entre a fonte chaveada, nosso corpo e o componente.
Por isto, ao manusearmos equipamentos, estes devem sempre estar
desconectados
da
tomada
elétrica.
(fonte:
http://www.geocities.com/eletricidade_estatica_py5aal/index.htm)
O processo de montagem de um computador tem muita relação com um jogo
27Oficina MetaReciclagem
de montar peças de encaixe. As peças são feitas de forma a apenas encaixarem em
seu lugar correto, evitando dessa forma que o usuário possa danificar a peça
involuntariamente. No entanto, precisamos de paciência e perseverança no início
para nos acostumarmos com as novas peças do nosso "jogo"de MetaReciclagem.
Já é bom deixar logo de início um site de referência que pode ser
fundamental em se tratando de dúvidas e problemas técnicos que possamos ter
nesse processo de montagem e teste de computadores que estão sendo reciclados:
http://www.laercio.com.br/faqs/banco_de_d%FAvidas.htm
Vejamos alguns dos procedimentos técnicos que você deve seguir quando for
montar um computador:
1. a maior parte dos gabinetes de computadores possui uma base destacável,
em cima da qual fica a placa mãe. Se houver, procure inicialmente destacar
essa base;
2. normalmente, a placa mãe é afixada nessa base destacável através de um
componente de plástico que chamamos de espaçadores. Eles tem a função de
evitar um contato direto do circuito da placa mãe com a base. Use o alicate
de bico fino para retirar ou colocar esses espaçadores, conforme o caso. Há
também os parafusos de fixação, que também podem ser colocados ou
retirados utilizando-se o alicate de bico fino. É muito importante colocar
esses elementos quando da montagem de um computador, pois são eles que
garantem a boa fixação da placa mãe junto à base do gabinete;
3. Fixe novamente a base junto ao gabinete;
4. Conecte o cabo de alimentação da fonte de eletricidade na placa mãe. Repare
bem que há somente uma forma de encaixar esse cabo nas fontes mais
modernas, as chamadas ATX. Nas fontes mais antigas, que equipam a
maioria dos computadores que iremos utilizar para MetaReciclagem, as
chamadas AT, você deve atentar para conectar os alimentadores na placa mãe
de forma a manter os dois cabos de alimentação juntos de tal forma que os
fios pretos fiquem no centro, um ao lado do outro, na conexão do cabo.
5. Com muito cuidado conecte o processador junto ao seu soquete. Lembre-se
que a conexão do processador junto ao soquete deve ser a mais natural
possível, não devemos forçar em nenhum momento essa conexão. Os
processadores são conectados em soquetes do tipo ZIF (Zero Insertion Force
- Força de Inserção Zero), logo essa conexão deve ser natural. Normalmente,
os soquetes possuem uma trava que permite levantar e abaixar o conector.
No momento da conexão, esta trava deverá estar levantada, e após a
28Oficina MetaReciclagem
conexão, a trava deverá ser abaixada.
6. Instale o cooler no processador e não se esqueça de conectá-lo na fonte de
alimentação. Essa etapa é vital, pois se ligarmos o computador com o cooler
desligado, há grande chance de queimarmos o processador;
7. Encaixe os módulos da memória RAM. Cada tipo de memória encaixa de uma
forma, mas você verá que só há um único jeito de encaixar a memória na
placa. Se por acaso você sentir que está forçando, pare. Esse processo deve
ser suave;
8. Encaixe e aparafuse o drive de disquete no gabinete;
9. Encaixe e aparafuse o HD no gabinete;
10.Havendo CD ou DVD, encaixe e aparafuse;
11.Conecte os cabos flat na placa mãe num local indicado por IDE. Verifique
que esses cabos possuem uma faixa fina vermelha em um de seus lados. Esse
lado que possui a faixa fina vermelha deve ficar próximo ao pino 1 na
numeração que fica escrita na placa mãe ao lado do conector IDE. Após
conectar na placa mãe, conecte o outro lado no HD. Atente para a mesma
questão, o lado do cabo com a faixa vermelha deve ficar mais próximo dos
conectores de alimentação da fonte.
12.Master, Slave ou Cable select ?
Ao se conectar drives diferentes num mesmo computador, o BIOS os
identifica como Primary Master, Primary Slave, Secondary Master ou
Secondary Slave. Existem dois conectores de cabos IDE Flat na placa-mãe, um
azul e um branco, o azul é chamado de Primary, e o branco de Secondary.
Como sabemos os cabos IDE Flat permitem a conexão de dois drives
diferentes, um chamado de Master e outro chamado Slave, dependendo de
sua configuracão por jumper ou posicão no cabo. Verifique a posicão dos
jumpers “nas costas” do drive. Caso você queira ligar mais de um drive no
mesmo cabo IDE flat obrigatoriamente você deve configurar um dos drives
como Master e o outro como Slave, nunca deixe os dois como Master ou os
dois como Slave (não vai funcionar). Existe tambem a posicão Cable Select,
onde a posicão em que ele é encaixado no cabo vai definir se ele é Master ou
Slave;
13.Encaixe o cabo do disquete;
14.Conecte os cabos de alimentação nos drives;
29Oficina MetaReciclagem
15.A parte mais trabalhosa da montagem de um computador é ligar os
conectores dos botões e LED do painel do Gabinete na placa-mãe, em quase
100% dos casos é necessario ter posse do manual da placa-mãe o que nem
sempre é possıvel. Mas na maioria dos casos existem indicações na placa
mãe e nos conectores que podem ajudar na resolução desse quebra-cabeça,
abreviações como PW, RES nas periferıas dos jumpers salvarão sua vida
quando você mais precisar.
Abreviação Significado
HDD LED do HD
PW LED LED do botão Power
PW SW ou PWS Botão Power
RE SW/ RST ou RES Botão Reset
SPK ou SPEAKER Auto falante interno
16.Agora teste seu computador, geralmente ao ligar o computador emite um
beep, esse beep indica que o PC foi montado de forma correta, caso ele não
emita nenhum beep ou apite de forma intermitente algo saiu errado durante
a montagem, reveja a instalação das memórias e do processador.
E então, fácil não? Apenas algumas regras de encaixar e que com certeza
quando tivermos as peças na nossa frente, certamente podemos testar todo esse
processo. O mais importante a lembrar é: tenha paciência no início que
gradualmente as coisas vão se tornando mais simples e óbvias.
O processo de desmontagem de um computador segue o processo contrário.
O que nós, metarecicleiros, mais fazemos é desmontar computadores para
podermos testar as peças, memórias, processadores e remontarmos novos
computadores a partir desse processo.
É assim que tudo começa. Iniciamos com computadores, mas todo esse
processo pode ser levado para outras áreas da eletrônica, da mecânica, das artes,
da marcenaria, entre tantas outras...
30Oficina MetaReciclagem
Unidade 4: Construindo um esporo de MetaReciclagem
Encontro 7 e 8: Começando um esporo MetaReciclagem
Procedimento
Nestes dois últimos encontros, iremos:
– começar a construção de projetos de MetaReciclagem locais;
– mostrar como isso pode ocorrer com apoio das unidades Casas Brasil;
– estimular a construção efetiva dos projetos dos grupos com base no que
foi produzido nos encontros anteriores;
– conectar essas ações com a rede MetaReciclagem;
– mostre e discuta com os participantes da oficina as etapas abaixo
descritas. É fundamental que isso seja feito para que todos possam
compreender a partir das experiências passadas de MetaReciclagem
caminhos mais fáceis para desenvolvimentos de suas atividades.
Iniciando:
Essa é uma etapa importante. Vamos procurar aqui passar um pouco da
nossa experiência de como isso pode ser feito e de como você pode articular isso
dentro de sua região e dentro do contexto de sua realidade.
Vejamos:
1. Procure alguém de um jornal local ou de um sítio (de internet) que tenha
grande circulação entre o pessoal da sua comunidade;
2. Peça para essa pessoa lançar uma nota divulgando o projeto, quais são suas
intenções, objetivos, local, horários e etc.
3. Procure ter sempre um tempo à disposição para receber e ensinar o que você
está aprendendo para os voluntários que forem chegando no projeto.
Lembre-se sempre: o voluntário está sempre em busca do aprendizado, do
seu crescimento, procure valorizar e dar atenção a isso.
4. Crie sempre temas de pesquisa que devem ser elaborados. Projetos a serem
desenvolvidos, enfim, mantenha sempre o ânimo da comunidade ativo.
5. Conte sempre com a lista de discussão para tratar de assuntos locais e
relativos ao seu projeto;
6. esteja conectado sempre a comunidade MetaReciclagem, onde você poderá
obter sempre um suporte e auxílio em determinadas questões.
7. use os materiais de divulgação, como o cartaz apresentado acima. Eles
podem auxiliar a divulgar o projeto e chamar mais pessoas para o trabalho.
8. procure organizar reuniões sistemáticas, montando grupos de trabalho
temáticos, definindo quem é responsável pelo quê e procure seguir as
orientações que o grupo decidir. Certamente isso irá favorecer um tanto o
andamento dos trabalhos.
31Oficina MetaReciclagem
9. No mais, muito esforço, muito trabalho e muita alegria!!!
Figura 7 – Construindo MetaReciclagem – Fonte: http://www.cbpf.br/~eduhq/html/tirinhas/tirinhas.php
Figura 8 – Divulgando MetaReciclagem. Fonte: Acervo MetaReciclagem
32Oficina MetaReciclagem
A metodologia de trabalho do MetaReciclagem pode ser descrita de forma
mais completa através das etapas em que os projetos são desenvolvidos:
1. Estabelecimento de um parceiro local que tenha uma compreensão da
importância da idéia, das possibilidades de desenvolvimento e do potencial
de crescimento;
2. Constituição de um grupo inicial de moradores da comunidade atraídos para
o projeto através do parceiro local;
3. Constituição mínima do espaço de MetaReciclagem: adaptação de mobiliário,
instalações elétricas, sempre visando adaptações locais e de baixo custo. Este
espaço pode ser utilizado dentro do próprio espaço do Casa Brasil;
4. Captação da primeira doação de máquinas com base em contatos locais com
empresas, governo e instituições interessadas no projeto, como a mídia local
e ONGs;
5. Período de formação básica em reciclagem de computadores, software livre,
captação de computadores (visão estratégica do negócio) utilizando como
material o primeiro lote de doação;
6. Operacionalização do espaço de MetaReciclagem como um laboratório de
reciclagem e formação continuada;
7. Abertura de um TeleCentro para acesso à tecnologia reciclada pela
comunidade local. Esta etapa pode ser vista como a expansão do projeto
Casa Brasil para outras áreas da comunidade;
8. Início das primeiras prestações de serviço, venda de equipamentos a baixo
custo e estruturação estratégica e burocrática de um empreendimento
popular;
9. Lançamento do empreendimento popular;
10.Suporte ao empreendimento e formação continuada;
11.Ligação em rede para colaboração e troca de conhecimentos, doações e
experiências entre os mais diversos empreendimentos populares.
Conseguir doações é vital para alimentar um laboratório de MetaReciclagem e
manter todo o processo em andamento.
33Oficina MetaReciclagem
Há diversos lugares e instituições que podem auxiliar nesse processo.
Mas, para conseguir qualquer tipo de doação você precisa cumprir alguns
passos burocráticos que podem ser necessários para que o trabalho possa ocorrer
da melhor possível.
Vejamos:
1. busque parceria com alguma instituição oficial, que possa obter a doação
através de um CNPJ;
2. construa uma carta de apresentação do projeto, contendo suas idéias
principais, onde você pretende atuar, o histórico do projeto (não se esqueça
de utilizar o histórico da comunidade, pois isso pode te auxiliar a abrir
algumas portas).
Ao final destes dois últimos encontros, faça:
– uma avaliação da execução e construção dos planos de ação de
MetaReciclagem local;
– avalie a participação dos grupos na rede MetaReciclagem;
– estimule a continuidade e desenvolvimento dos projetos locais em
parceria com a rede MetaReciclagem.
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Compartilhamento Pela mesma Licença 2.5 Brasil, para conteúdos Iguais ou Modificados .
 

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