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Plataforma corais frente as complexidades contemporaneas

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Plataforma corais frente as complexidades contemporaneas

Numa Amazônia de margens ribeiras e urbanas, onde a natureza e a ação humana se fazem desmedidas, surge uma cidade enseada de rio - Belém - na qual buscamos pela educação pública reorganizar nossa percepção de produção de saber e constituir uma especificidade resistente à homogeneização dos corpos e mentes, nos mostrando uma outra experiência de ser e existir as margens. Nesse contexto ja complexo nos deparamos, em 2020, com a realidade pandemica, que nos afastou das salas de aula, do contato presencial e da prática docente tradicional. No impreto de retomar nossas atividades e recriar uma pedagogia remota que atendesse as particularidades da região insular que habitamos percorremos diversos caminhos nesses meses que se passaram: imprimimos atividades, tentamos retomar as aulas presencias e cogitamos o uso de aplicativos e plataformas gratuitas de uso comum, como whatsapp e google. no entanto, a partir de formações e discussoes favorecidas pela Funbosque, suspendemos mais um véu dos muitos que turvam nossa visão do real. Empresas como a google e/ou microsoft são captalistas e portante estao ai em busca do lucro, e se são ofertadas para nós gratuitamente, o que é vendido são os nossos dados. Esse entendimento nos leva além, pois aqui ja não se trata apenas de fazer uma escolha pessoal de entregar ou não nossos dados a uma empresa estadunidense, mas de expor toda uma comunidade, por força do poder que a escola históricamente detem e representa, a uma vigilância constante que transforma cidadãos em consumidores, pessoas em produtos e intitui a última fase do capitalismo (o de vigilância) em regiões onde o panóptico virtual (facilidado pela internet, mas concretizado pelo monopólio informacional do neocolonialismo estadunidense) ainda não se inseriu totalmente. Pensando nisso passamos a entender que paltaformas livres e colaborativas podem melhor atender as nossas demandas por soberania de dados e segurança digital no processo de ensiono/aprendizagem, fomos então apresentados a Plataforma Corais, uma plataforma de criação de conteúdo coloborativo, um espaço virtual que nos oferece agora a possibilidade de construção de um ensino remoto conectado as ideias de liberdade, movidos por uma ética hacker baseada nos principios de conhecimento, colaboração e liberdade, para a criação de uma metodologia ético-política. A plataforma é intuitiva, e parece uma boa saida para esse periodo de distanciamento, mas acredito que nosso maior desafio não seja a instrumentalização, mas tornar a educação formal menos bancária e mais atrativa. Assim gostaria de terminar com uma questão, mais do que com uma conclusão: É  possível que uma instituição como a escola, criada para disciplinar e homogeineizar, possa se tornar um lugar de construção de liberdades?

Comentários

#1

Nossa... profa. Renata, gracias pela partilha desta sintese bem fundamentada, sua questão é deveras instigante, sem ter a pretensão de responder, penso que a reapropriação da ética hacker a partir das vivências no nosso lugar pode ser um caminho que aponte processos de compartilhamento de saberes de uma forma mais horizontal e circular e possibilite um tipo de educação libertadora. Vamos ao debate... planejar... agir... refletir... planejar... agir... refletir...

#2

Aprofundando esse debate, gostaria de discutir a questão do aparelho, para Vullen Flusser o aparelho é texto cientifico aplicado que contém um programa, aquele que usa o aparelho, por mais criativo que seja, só pode agir dentro do programa do aparelho, assim quanto mais se explora a programação, mais o individuo se torna um funcionário daquele programa e é por ele formatado, o filósofo falava da maquina fotográfica´no seu livro "Filosofia da caixa preta", mas eu penso que podemos aplicar o conceito a outros aparelhos. Diana Domingues é mais otimista diz que esses aparelhos funcionam como proteses que ampliam nosso campo perceptivo, o humano expandido, no entanto são na sua forma, objetivo e funcionalidade, muito parecidos, motivo pelo qual eu, que sou uma funcionaria de diversos aparelhos, assim como muitos outros ciborgues contemporaneos, milenials e Gen Z, chegam com alguma facilidade a fazer funcionar os programas, assim ditos "intuitivos", constituindo assim um coletivo global de pensamento e inteligencia operacional de aparelhos mais ou menos similares, um padrão homogeneizante. A crítica é também um paradoxo, porque o programa do aparelho é sua linguagem, e todos sabemos que se não falamos algum lingua comum, a comunicação não se dá.

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