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15/ 03/ 2013 - Relato de Observação Martim

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15/ 03/ 2013 - Relato de Observação Martim

Depois de não poder comparecer a aula anterior que tanto me interessava – de voz com Marcelo Jardim – acordo super entusiasmada para aula desta sexta. Ao chegar na sala de ensaio sentir que o grupo já estava muito maior do que no dia da aula com Hayaldo. Os participantes pareciam bastante integrados e conversam sobre os preparativos dos figurinos de um experimento que eles montavam.

            Quando Martin chegou perguntei se podia participar da aula e ele me respondeu que sim, porém não mais do experimento. Desta forma observei que o primeiro exercício que ele aplicava era em dupla, e que uma pessoa sobrava, esta pessoa era eu. Sentido a sintonia das pessoas que já estavam ali há mais tempo não me sentir confortável em adentrar a atividade e decidi apenas observar.

            A aula teve inicio com um aquecimento em que os participantes formavam duplas, presos aos braços do outro – segurados pelo cotovelo e antebraço. De frente um para o outro cada um ensaiava algo parecido com uma dança de salão, porém a força dos pés e dos braços me remetia a uma luta. Esses passos começaram a ficar um pouco mais fluidos e embalados por um tango. O desenrolar do ensaio seguiu para o um exercício em que uma pessoa era colocada no centro (Vitor) e todos os outros assumiam o papel do Monstro, a motivação do jogo era em torno do pedido do Monstro ao seu criador para que ele criasse outra criatura que lhe fizesse companhia. Após, no mesmo exercício os papeis foram invertidos e no centro Vitor e todos os outros Monstros. Depois, novamente em dupla foi proposto para cada participante que formassem dupla com a intenção de ser o Monstro e Elisabeth. Esta, costurada a ele formando uma só criatura numa demonstração para Vitor da capacidade e inteligência do Monstro em criar outro ser. Neste momento o tango foi inserido e a cena ganha um toque imagético no qual nenhuma palavra era pronunciada e a poesia da cena era ressaltada através dos corpos duplos, estranhos do jogo. As expressões do corpo, da face... tudo ficou mais intensa e teatral. Por fim Martin passou a cena final em que os atores cantavam o tango.

            Numa grande roda Martim explica a lógica de se ter uma criatura dupla. Se apegando no conceito de extingui a solidão, sentimento do homem, um problema que agora seria resolvido por se ter sempre outro colado em você. Penso que essa justificativa ainda é muito frágil, que fica sobre posta ao estranhamento causado por aqueles seres siameses, na tentativa do homem em querer superar Deus, na utilização de partes de seres humanos como cobaia, no desprendimento do criador para sua criatura. Sejam estas, para mim, motivações bem mais fortes. Para tanto, ainda varias considerações sobre o experimento foram dadas, inclusive a minha que observa tudo pela primeira.

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