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ARRUMANDO A CASA - 4.6.2013

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ARRUMANDO A CASA - 4.6.2013

Após duas sessões de arrumação (com o pessoal da Livre, com a coordenação de Fernada Paquelet) dos espaços restritos do teatro Vila Velha, já dá pra dizer: arrumar e limpar um teatro é, e não é, a mesma coisa do serviço de limpeza e arrumação anônimo, aquele que fazemos em nossas casas, nas ruas, praças, escritórios, salas, salões, etc. mundo afora, todo santo dia. De comum entre os dois, apenas a necessidade do serviço de limpeza que todo espaço físico requer mas, tem mais coisa (literalmente!) aí. 

O espaço mais restrito de um teatro (no caso, um teatro em atividade há 50 anos) - vamos descobrindo, aos poucos - é um mundo recheado de objetos incríveis, feitos dos mais diversos materiais, com as mais variadas "idades", texturas, cores, tamanhos, odores, peso, volume, formas, estado de conservação ou de deterioração, os quais, dificilmente, você encontraria juntos, em qualquer outro lugar. Alguns (objetos) passaram dias, `as vezes meses, anos e até décadas, em algum canto. É assim. Eles foram ficando ou estiveram sempre ali, presentes, tão presentes, que às vezes nem mais reparamos.

`As vezes, são como restos de viagem em invólucros gigantes ou podem ser apenas uma bola murcha de couro preto ou um feixe de caibros de madeira retorcida pintada de branco ou ainda uma luminária "muito antiga", uma máquina de escrever, uma capa preta com capuz, bonequinhas de pano, perna de veludo preto, bambolinas, cortinas e ferro...ferro?... ferro por toda parte - estruturas de todo tipo a te desafiar a decifrar o que é, de onde, onde se encaixa, para que serve. quando terá sido usada? Ainda servirá? Eis as questões. Difícil saber. Se serve, vai para manutenção técnica. Ou não. Quem sabe, a peça é muito útil, deve ficar bem guardada, fácil de encontrar, precisando apenas de uma boa identificação?

E tem também todos os banners, o design que lindo, que horror, os que ficarão guardados os que serão separados - na memória tudo agora misturado - aquele festival, a última temporada, o rosto daquele ator, o nome daquela atriz, do diretor... Quando foi mesmo isso? Eu me lembro. Eu queria ter visto... Passou.

E, de repente, dentro de um plástico, outro plástico enorme e mais plástico, porca, parafuso, tnt, papel. Alguma coisa tem que ir para o lixo. É preciso ter coragem: canos de madeira, plástico e ferro, pano velho muito sujo, mofado, quase quarado ou rasgado, enfeites de papelão, cabos de vassoura em profusão, tudo isso vai, sim, para o lixo, para o container grandão. 

Finalmente, o alívio o espaço vai ficando mais claro, mais arejado, com novas áreas para ir e vir, uma reconstituição... Vamos percebendo que a manutenção do acervo não é fácil: custa caro, dá trabalho, mas da pé, vale a pena. Tem história (e bagunça) por todo lado, embaixo, em cima, de frente, de ré... Mas o bom é sentir que tudo ao redor está impregnado de trabalho e é também texto, pede ação e, em troca, pode dar inspiração. Sim, tive algumas ideias. Por exemplo: acho que no próximo encontro hehe, vou ficar só olhando, dá gosto de ver todos ralando juntos, queria registrar isso hehe... luz, câmera, ação! E então? Beijão.

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