Telas pintadas em capoeira.
Naquela manhã éramos, em média, trinta telas na João Augusto. Uma voz sobressaiu sugerindo o desenho do dia: numa roda de capoeira nos pintaríamos sobre Victor Frankenstein e a ciência. De um em um, em duo, todas as cores foram traçadas e vistas. Argumentos favoráveis ou contrários ao inocente ou culpado Frankenstein. Dúvidas e questionamentos também permearam as composições. Quem era e o que queria Victor: curiosidade? Loucura? Ressureição? Como criou um mostro: conhecimento? Genialidade? Por que o rejeitou: egoísmo? Irresponsabilidade?
Entre perguntas e respostas, palmas e tons, a roda teve início e fim.
Todo fim é também novo começo... Uma voz novamente sobressaiu e lançou um novo desafio. Seguimos todos para o improviso! Divididos em grupos compomos novas cenas misturando as cores criadas em nossas telas. O meu grupo então, pouco a pouco se reconheceu.
Olhares preocupados com um isolamento.
“O que ele está fazendo?”
“Ele precisa comer...”
“Precisa fazer alguma outra coisa.”
“Ele só quer saber disso.”
Todos se juntam e começam a fazer o mesmo.
Todos constroem, juntos, uma nova tela.
“Deu merda...”
O que fazer?
Deus ex machina... Deus ex machina... Deus ex machina... Deus ex machina... Deus ex machina...
E novas cores pintarão...
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