Memorial 31/03 - Cadu Mesias

    Sinistro! Simplesmente sinistro (no bom sentido da palavra)!! O encontro com Bertho foi insano. Ele tirou o máximo de "couro" que tinha pra tirar. Gritamos "sim" e "não", em dupla, um na cara do outro. Depois xingamos, novamente, um na cara do outro, um exercício bem “descarregador”. Trabalhou também um tipo de improviso bem inovador (ao menos pra mim). Fizemos um exercício sobre poder, depois trocamos os componentes e repetimos cada grupo a mesma história. Criamos, individualmente, um passo, ou uma coreografia, não sei bem ao certo, em cinco movimentos. No final, o melhor, fizemos um exercício para gerar um ciclo de confiança no grupo. Perfeito. 

    Parece que foi pouco para uma tarde porque foi sintetizado em um parágrafo, mas foi algo transcendental. O desabafo que realizo a partir daqui descreve isso. 

    O quanto estou crescendo como pessoa e indivíduo é indescritível. A evolução pessoal e moral que está acontecendo dentro de mim é sublime, jamais pude imaginar que o teatro pudesse trazer em mim percepções e mudanças tão profundas. Estou tão eufórico que preciso me acalmar. Parece coisa de menino afobado, em êxtase com algo novo, e é! Deveria ter maturidade para estar mais calmo, e tenho! Mas é algo diferente, algo que não é normal. Tem algo no ar. É impossível expressar o que sinto. Minha tamanha euforia não cabe nesse memorial. A "verdade verdadeira" é que ainda falta muita estrada, e preciso de muito mais dedicação, bem mais. Mas quis fazer um desabafo, um daqueles assim que, quem vê de fora, acha um pouco forçado, oras ridículo, oras piegas, oras clichê, oras ingênuo, oras com adjetivos em demasia, oras qualquer coisa... 

    Antes de mais nada devo admitir que não é o fato de fazer teatro que está me deixando assim, mas especificamente o Teatro Vila Velha, com sua trupe mágica, mística, espiritualizada, que tem poderes que deus dúvida. Márcio, Bertho, Chica, Martin, e outros... que equipe foda!! Viva, esse é “O" teatro.