Memorial 09.04.2014
Começamos o dia com a divertida aula de capoeira com Leno que nos ensinou as posições de defesa e ataque dessa arte de uma forma muito descontraída. Ele fez um link importante da capoeira com o teatro, o olho no olho, importante para concentrar no colega de cena e nos seus movimentos e comparou o jogo de capeira com o texto e a deixa onde o golpe era dado e defendido e depois a vez do adversário que dava o seu golpe e o outro defendia, tudo isso com uma ginga e um ritmo, como numa dança, mas sem coreografia, onde os passos eram uma surpresa para o adversário naquele momento, e assim ele teria que usar o reflexo e a experiência para se defender. Depois dessa aula tivemos um aquecimento com Jhonatan que começou com um exercício que trabalhava concentração, foco e um certo preparo cardiovascular. Ele adicionava a cada série de movimentos uma variação e isso ia dificultando cada vez mais, trabalhando a nossa memória. Depois ele continuou o trabalho com as cadeiras que eram carregadas de várias maneiras por nós e ele ia dando comandos rápidos de movimentos onde teríamos que estar bem atentos para realizar com eficiência e rapidez. Ele oscilava entre o movimento rápído (prontidão) e o movimento lento (concentração) na movimentação das cadeiras.
Depois de estarmos bem aquecidos em todos os sentidos, começamos uma aula com Ione que, diga-se de passagem, é bastante exigente. Ela mais uma vez trouxe exercícios desafiadores, onde trabalhamos 3 tempos através de passos, palmas, andar e parar. Ela também ia adcionando novas variações e colocando em sequência para serem feitas primeiro com e sim música, que guiava a fluidez dos movimentos. Foi muito bom esse exercício, todo o trabalho de concentração, memória, ritmo, tempo é importante para o nosso trabalho de atuação nas peças. Por fim, fizemos sentados o melhor exercício do dia, na minha opnião. Foram divididos em cinco tempos movimentos diferentes feitos com as mãos. Esses movimentos foram colocados em série de cinco tempos, tendo 4 repetições cada série que se repetia variando a próxima com a ausência de um dos movimentos. Eram feitas quatro repetições de cada série com 5 variações feitas intercalando entre uma série completa (cinco movimentos) e uma série imcompleta (quatro movimentos e um mudo). Foi bem difícil, o meu grupo falhava sempre e eu recorria sempre ao grupo ao lado para recuperar o movimento perdido, foi um trabalho de concentração exaustivo. No início eu tentava fazer sozinha, sem olhar para ninguém para não desconcentrar, mas depois percebi que o olhar para o colega era bom pois ele poderia servir de espelho caso eu esquecesse algum movimento. Enfim, não sei qual era o melhor, já que o ideal era que você fizesse todos os movimentos sem esquecer nenhum durante os ciclos. Algumas vezes eu conseguia fazer uma série completa, mas sempre me confundia na contagem das quatro repetições e o início de uma nova série. Aí em sempre olhava para alguem para recuperar tudo. Depois de uma reflexão pude concluir que esse exercício de cinco tempos foi extremamente importante para o nosso entendimento da nossa fala no verso porque esses movimentos serão as nossas palavras ditas nesse tempo e a pausa dada no exercício, que ela pedia para tirar o movimento, mas mesmo assim imaginar ele sendo feito, seriam as pausas que existem no verso e que estão mudas, porém o tempo está sendo contado conscientemente por nós até terminar os cinco tempos do verso. Os movimentos também estarão embitudos na atuação e com os cinco tempos e acredito que ele virá de forma muito natural com o tempo. Eu ainda não consigo identificar os cinco tempos nas músicas nem incluir cinco movimentos ou falar o verso nos cinco tempos, mas espero que consiga realizar isso com os ensinamentos dados durante esse Arco.
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