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Memoriais 01, 02 e 03.09.2014

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Memoriais 01, 02 e 03.09.2014

No primeiro dia, o dia da seleção, que na verdade não é seleção, cheguei duas horas
atrasado.  Perdi.  Fiz  os  dois  dias  seguintes,  foi  muito  bom.  Na  segunda-feira  começava  a
oficina  de  3  meses,  que  é  só  mais  uma  etapa.  Zambia  nos  apresentou  recursos  das
tradições  Afro,  nos  convidou  ao batuque, à  dança,  a  sei  lá  o que mais,  a  acordar  nossos
corpos...  E  os  corpos  muito  tempo  em  hibernação  reclamam  quando  são  acordados.
Doem.  Apesar  de  costumar  praticar  esportes,  correr,  nadar,  arriscar  uma  dança,  etc.  eu
só  percebi  ali  quão  adormecido  meu  corpo  estava.  Também,  a  gente  vive  sentado  numa
cadeira  de  frente  ao  computador,  não  é?  Começar  no  Vila  tem  sido  pra  mim  como
atravessar  atolado  um  mangue.  Tinha  lama  até  o  pescoço,  é  difícil  se  mover,  deixar  a
energia  fluir,  chegar  no  horário,  vestir  o  branco,  falar,  berrar  (ouvir  a  própria  voz!),
expressar  nossos  próprios  sentimentos  e  emoções  (que  ousadia!)...  Pois  é,  quem   estava
acostumado  a  tudo  isso,  (no  cursinho,  na  faculdade,  no  escritório...)?  Sinto  como  se
estivesse  indo  na  contramão  de  todo  o  adestramento  de  até  então.  Algo  lá  em  mim  já
dizia: “Vá ao Vila, velho”!
O  Vila  Velha,  ou  a  LIVRE,  é  a  união  de  várias  coisas  boas  que  eu  já  conhecia  e
outras  mais.  Vejo  uma  empresa  de  produção  cultural  com  propostas  bem  ousadas.  É
formada  por  artistas,  que  são  também  outros  além  de  artistas.  Nossas  aptidões  têm
espaço  para  se desenvolver  no  projeto.  Isso  é muito  bom,  porque integra  e  não  divide  o
indivíduo.  Além  do  processo  de  acordar  para  a  arte  cênica,  o  Vila  e  a  LIVRE  se  mostra
através de sua produção, através de suas cédulas e tentáculos, nos mostramos.
Acho que já posso falar tudo isso  sobre o Vila, baseado na energia que sinto  lá, na
energia  dos  veteranos  e  nas  minha  própria  imaginação.  Será  que  a  LIVRE  pode  ser
também aquilo que eu penso que ela é? Acho que sim...  Bem, já me deram permissão pra
falar da LIVRE, então já foi!
Tenho  me  interessado  por  todas  as  atividades  do  teatro.  Aliás,  esse  exercício  de
escrever e de ler os memoriais dos colegas, publicados no grupo aberto, tem me exigido
um  certo  esforço...  Não  estou  acostumado  a  escrever  na  rede.  Mas  ao  mesmo  tempo
encaro isso como um exercício.
E  não  é  fácil  essa  LIVRE!  É  interessante,  mas  se  manter  nela  traduz-se  numa
“seleção  natural”  que  acontece  no  próprio  “fazer”  (e  não  naquele  “mostrar  que  pode
fazer” típico dos concursos públicos).
O que parecia ser barulho foi se harmonizando com o grupo, virou dança e música.
Pois é, a primavera conspira suas primeiras flores. Acho que tem muito por vir, em breve.

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