Memorial 03.09.2014

Fizemos uma visita técnica ao teatro Vila Velha. Começando pela primeira sala que tivemos contato desde a seleção, a João Augusto, e findando no último andar do palco, aprendendo sobre luz e som. Passamos por todos os espaços, até os mais escondidos, como a salinha de audiovisual ou o depósito cheio de possíveis cenários.Tudo ali transpira história, cada detalhe trás consigo muito de outros tempos. Até a salinha de Marcio, que antes era um banheiro, deve ser repleta da energia da antiga conformação, afinal, muito acontece em banheiros. Gostei muito de como Ian contava uma curiosidade pra cada explicação técnica, isso me ajuda a visualizar as informações, que foram muitas! Uma enxurrada de detalhes, é muito conhecimento pra pouco tempo! Como sugeri na roda, talvez fosse mais proveitoso que essa visita fosse dividida em grupos menores, pelo deslocamento, pelo tamanho dos espaços que vamos, pela quantidade de detalhes que nos são passados... Em grupos menores talvez se aproveite melhor as potencialidades de uma visita técnica com o pouco tempo que temos.

Uma tarde é nada pra vidas e vidas dedicadas a criar e manter a estrutura do Vila. Fico imaginando a coragem, ousadia e trabalho que levaram Mário Gusmão a ser o do primeiro ator negro formado na Faculdade de teatro da UFBA, num Brasil dos anos 50 cheio de preconceitos. Ou o sonho que acompanhava João Augusto quanto em 1964, acompanhado do Teatro dos Novos, fundou o Vila Velha. E todos os sentimentos que explodiram nesse sonho depois do golpe militar desse mesmo ano. É, não são só nomes de salas, foram existências dedicadas ao fazer teatral, à busca. Enfim, na prática é que conseguimos compreender e fixar a fundo o que vimos, semelhante ao que acontece com a plataforma Corais. Foi ótimo como reconhecimento do campo, primeiro momento,  agora é jogar, ir tocando a bola com paciência e, quem sabe no futuro, sacudir a rede. 

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