Memorial 04.09.2014
Começamos o dia com uma brincadeira de pega-pega diferente, e ali já estavam os preceitos da palavra que definiria esse dia de trabalho: foco. Era um jogo de foco e estratégia, muito mais de velocidade mental do que de rapidez nos pés. Depois seguimos com exercícios na roda que trabalhavam esse lado importante do fazer teatral; Foco, visão periférica, concentração, estar atento, alerta e disponível pro jogo. Na segunda parte do encontro trabalhamos trechos de Macbeth, em grupos que deveriam ler o material, primeiro compreender o que acontecia na cena e depois montar um esquete que passasse o essencial, ou o que considerássemos importante do texto. Todos os grupos se dedicaram, construíram cenas, foi muito produtivo.
É Curioso ver como o humor é sempre mais confortável que a tragédia, principalmente no improviso. A expressão "Seria cômico se não fosse trágico", no nosso senso comum, se transforma no "Sempre ser cômico pra fugir da dificuldade do trágico". Não me fazendo mal entender, não acho humor algo fácil de ser feito, pelo contrário. Como me identifico com o gênero, percebo a dificuldade que permeia esse fazer e o quão raso vêm sendo as abordagens desse perfil. São esquecidos gênios como Charles Chaplin que fazia humor numa expressão estética de alta qualidade. Enfim, somos frutos de uma época, mas podemos também frutifica-la. Seja na tragédia, no drama, no humor, é preciso buscar os motivos, lá dentro, onde é mais difícil chegar. O gênero do que fazemos não pode ser sempre nossa zona de conforto. Por mais que todos nós acabemos por procurar isso, na pressa de chegar lá. Mas é isso, onde é esse "lá" ? O fácil está no lugar do confortável e o "lá" do teatro pra mim é onde está o risco. Mesmo com todos meus medos, e não sabendo se sei executar esse pensamento, tudo é parte da busca, do meu tal "lá", que ainda está na linha do horizonte e que talvez também nunca saia desse "lá", pois o talvez esteja em seu devido lugar.
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