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História Oral - Vanda Boiko (51 anos)

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História Oral - Vanda Boiko (51 anos)

História descrita pela Vanda:

"Em 1964, com 3 para 4 anos, vim para a casa da tia Emilia casada com tio Ademar, irmã de meu pai, seria para morar um tempo com a vó Catarina, mãe do meu pai e também com outra tia Rosalina.

Era a única criança da casa, tinha atenção de todos os adultos, e talvez por isso, muito sapeca e irriquieta, uma das peripécias – saltar da janela do quarto com a sombrinha aberta – cerca de 1,5 a 2m de altura – como se fosse um paraquedas que ainda não conhecia.

Lá em Chopinzinho, na Vila de São Francisco, não havia energia elétrica e quando cheguei a Curitiba fiquei encantada com as lâmpadas iluminando tudo.

As lembranças....

A linda árvore de Natal que ia até o teto, era um pinheiro natural, com lindas bolas, diferentes das de hoje, que são tem atrativos e as lâmpadazinhas pequenas com pisca-pisca me encantavam, era tudo mágico, assim como o Papai Noel que apareceu por lá, não me deu medo, mas curiosidade, como ele havia chegado e de onde vinha.... lembro que num desses Natais, disseram que o Papai Noel não viria, fiquei indignada e respondi que “se não viesse por bem, viria na mala(marra)... “ como diz o ditado.

A outra marcante foi a do Rádio, era noite, estávamos com velas acesas, pedi para ligar o rádio, como faziam todas as noites e disseram-me que o rádio não funcionava sem eletricidade, então respondi que lá na casa do meu pai ele funcionava com a luz do lampião – que era a querosene – e que poderiam fazer o mesmo, tão simples a solução.

E também, quando não se podia sair de casa para pegar o ônibus por estar chovendo muito, respondi que era só chamar um táxi e estava tudo resolvido, detalhe meu pai adotivo era policial militar e recebia apenas o salário mínimo da categoria, que na época era pouco mais de um salário mínimo regional.

E da revolução de 64, lembro um pouco, o fato de meu pai não poder vir para casa, ficava de prontidão no quartel e a outra é a da vassoura – que o presidente falou no rádio , que usaria uma vassoura parta varrer as coisas erradas que haviam no país.

Quanto a tecnologia, começou a entrar em minha vida aos 10 anos, em 1970, a primeira e mais emocionante Copa do Mundo – a primeira televisão que meus pais compraram da Marca Zenit em 24 parcelas, era preto e branco, através dela comecei a conhecer o mundo, vendo filmes do Tarzan, dos Deuses Gregos e até hoje meu sonho é conhecer a África e a Grécia.

A informática entrou em minha vida quando comecei a trabalhar na Seguradora Bamerindus,  1978, era funcionária da área de O&M – Organização e Métodos, era secretária, uma excelente datilógrafa – 350 toques por minuto em uma IBM elétrica com fita de tecido e esfera de aço, onde fazia manuais de orientação para os corretores.

Nessa mesma época, surgiram as primeiras máquinas eletrônicas – a primeira que tive contato foi uma Facit – enorme e pesada – mas que não acompanhava a velocidade dos meus dedos na digitação, eu estava acostumada com a IBM, logo em seguida comecei o treinamento para utilizar diretamente o computador, que funcionava com as informações gravadas em fitas de papel perfuradas, parecidas com as de telex. Nessa época também, fiz curso de Informática , em uma instituição de ensino – a primeira  com curso direcionado para informática – UTT – União Técnológica do Trabalho que foi extinta por não conseguir autorização do MEC.

Um dos antigos professores e dirigentes de lá fundou a OPET, também voltada para o mesmo segmento.

Em 1985, quando conheci meu marido e sócio, iniciamos uma indústria de confecção de equipamentos esportivos, eu era diretora  do Setor administrativo e financeiro, efetuei a informatização da empresa –  nos meados 1990,  eram 5 computadores de mesa – 1 servidor e 4 bases interligadas por rede interna, com programa específico desenvolvido para industria, que englobava tudo – pessoal, financeiro, compras e vendas, a emissão de Notas Fiscais, em 1995 iniciou-se a emissão informatizada também.

Em 2002, durante o curso de estilismo no Senai, comecei a usar o Corew Dral, para desenhar, aprendi o básico na escola e o resto descobri sozinha.

Hoje, invisto em tecnologia, o estritamente necessário, pesando bem prós e contras, antes de  comprar, leio muito bem todos os manuais para poder usufruir o máximo possível do aparelho."

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