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Como utilizo o Corais com alunos em sala de aula na educação formal

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Como utilizo o Corais com alunos em sala de aula na educação formal

Sou professor do curso de graduação em Design Digital da PUCPR (Curitiba) e nos últimos anos tenho experimentado o uso do Corais no contexto da educação formal, no meu caso, da educação em ensino superior. Apesar da universidade PUCPR ter uma plataforma digital (chamada "Eureka") para atividades de Educação a Distância e de suporte para atividades em sala, eu sentia que ela funcionava como repositório de arquivos para informações e receber entregas, não era um bom ambiente para o andamentos projetos em grupo e para colaboração. Por isso comecei a tentar utilizar o Corais em minhas aulas e atividades docentes :)
 

1) Usando os projetos do Corais em sala aula

A minha primeira experiência foi com a turma de Hipermídia I, em 2013. A proposta era utilizar o Corais como área de projetos de vídeos de ficções de design (ficções que são especulações sobre como será o futuro, pensando na realção entre os objetos tecnológicos e nossas vidas). Eu já havia feito esse projeto em turmas anteriores, sem Corai, mas pensei que com o Corais os grupos poderiam colaborar entre si, e o desenvolvimento/processo e resultados do projeto ficariam abertos depois, para turmas futuras usarem como referência. Entretanto, essa utilização do Corais em sala de aula não saiu como eu previa: os alunos não publicavam o desenvolvimento no Corais, pois sentiam que isso dava mais trabalho, e já estavam com bastante coisa pra fazer (com os vídeos de ficções de design). De meu lado, vi também que não ofereci acompanhamento e instrução suficiente. Pensei que, mostrando a Corais, 'naturalmente' os participantes entenderiam e utilizariam. Erro meu :X

No ano seguinte, experimentei o uso do Corais com uma turma que estava no final do curso, na disciplina de Hipermídia IV, em 2014. Nesta disciplina trabalhamos um outro tema: Open Design (que é o Design Aberto, ou seja, possibilidades de abertura no começo, no processo e na divulgação de projetos e produtos de design). De modo um pouco diferente, nesta experiência eu não apenas 'joguei' o Corais para os alunos. Guiei para que os grupos criassem seus projetos e preparei atividades/desafios aula a aula, com utilização do Corais. Então, a cada aula os alunos deveriam utilizar o Eureka para criar algo, postar no Corais e entregar ao professor o link do que produziram. Inclui uma atividade colaborativa, em que cada aluno deveria fazer uma publicação no projeto de um colega (e não no seu). Senti que estes projetos tiveram um resultado mais positivo, no sentido de utilização do Corais. Mas exigiu bem mais de mim, no sentido de acompanhamento projeto e a projeto. Entretanto, os alunos sentiam o Corais ainda como uma etapa a mais,. Talvez porque o clima de colaboração nesta sala de aula não era o clima de colaboração quando pessoas se reunem com um objetivo em comum: mesmo com temas abertos, o desafio e a urgência do que é proposto em aula vem do professor. Outra questão é que como os alunos estavam no último semestre do curso, estavam muito focados no TCC do que nas demais disciplinas.

A última experiência foi recente, com os projetos de Hipermídia IV, em 2015. Utilizamos de modo muito parecido com o que descrevi no anterior, com resultados muito parecidos.

Uma sensação recorrente que tive é de que minhas propostas acima não geraram o engajamento que eu esperava. Entendo que, como a atividade foi imposta como requisito para conclusão da disciplina em um curso ligado ao digital, os alunos sentem que o Corais é mais lento (do que o Facebook que estão acostumados) às ferramentas que já conhecem (lembrando que são alunos de Design Digital e estão acostumados a fazer projetos com ferramentas colaborativas -- todas fechadas --  como Facebook, Google Drive, Dropbox, email, etc) que tem superinvestimentos de servidor e design e também se encontram muito presencialmente (todos os dias tem aula juntos. Assim, o Corais funcionou - pra mim - pouco para colaboração ou coordenação do trabalho em sala, quase não foi usado para trabalho assíncrono, mas funcionou muito bem como documentação e entrega de trabalhos. Por isso, se alguém hoje acessar os projetos, quase não dá pra entender o que aconteceu nesses projetos, quando são resgatados atualmente. Entretanto, quando o projeto estava em andamento, para os grupos, fizeram todo o sentido, especialmente porque eles mesmo criaram os projetos. 

Uma questão que penso em experimentar é usar o Corais como repositório de atividades, ou seja, deixar um Corais "pronto" para os alunos utilizarem. Apesar que nesse caso o sistema que tenho na PUCPR oferece algumas facilidades na burocracia acadêmica, como lançamento de notas, etc. Abaixo, no item 3) eu descrevo uma experiência parecida com essa ideia.

2) Usando a Árvore do Conhecimento do Corais como material de apoio

Outra experiência que tenho com o Corais em sala de aula pra graduação, fora a questão dos projetos, é com a Árvore do Conhecimento. A utilização da wiki colaborativa (Árvore do Conhecimento) como recurso educacional tem sido sempre muito útil. Além da descrição das técnicas e métodos, que é única, os alunos encontram outros e podem navegar e pesquisar. Utilizei já com estudantes de graduação e pós-graduação e sempre foi legal. Além de que são muito fáceis de encontrar pelo google (basta digitar no google "corais + o nome do método). Também tenho indicado os links da Árvore do Conhecimento em cursos e como material de pesquisa.

Outro tipo de atividade que deu muito certo pra mim (no contexto do ensino de Design) foi a união de Árvore do Conhecimento + UX Cards.

3) Usando os projetos do Corais em outro contexto

Em outro contexto, também iniciei o uso da Corais para projetos de iniciação científica, que até agora são dois:

Aqui, a utilização do Corais também foi diferente. Como esses projetos de iniciação científica envolviam apenas 3 discentes, ao contrário das experiência acima (em sala de aula), eu publiquei tudo que eu tinha sobre o início do projeto, no Corais. Na verdade, eu mesmo criei os projetos, ao contrário das outras experiências que os alunos criaram seus projetos. O uso do Corais neste caso tem mais a ver com disponibilização pública da pesquisa científica, sejam seus objetivos, processo e seus resultados. Então nesses projetos estão disponíveis os principais documentos, referências que encontramos, muitos links para artigos. Entretanto, algo que esperava era ter mais debates abertos, mas acontece que a orientação de iniciação científica acontece bastante em reuniões nos corredores da universidade ou em troca de mensagens rápidas por Facebook e e-mail, ou seja, acontece de forma mais casual. Os estudantes de iniciação científica também sentem, eu acho, que publicar no Corais é algo mais 'formal', visto que o projeto tem poucos integrantes. Mas acho que está sendo um espaço interessante para anotar/guardar/compartilhar o desenvolvimento de pesquisa científica. Espero que nos próximos anos possa re-utilizar os materiais publicados para novos projetos :)

Comentários

#1

Nossa Rodrigo, muito interessante sua experiência com a plataforma. Obrigada por compartilhar com tanto capricho de detalhes conosco. Provavelmente o que "inibe" os alunos em participar mais do ambiente é o próprio desconhecer das possibildiades e a questão da interação também é importante. Eles devem sentir-se perdidos longe do Facebook. Percebo isso com meus alunos também. Qualquer outra plataforma que ofereço também gera desconfiança e retração na participação. 

#2

Oi Renata! Que bom que gostou! Escrevi este relato a convite do Frederick van Amstel, que vem acompanhando estas experiências.

Parece mesmo que o Facebook é o modelo de interação e colaboração para a maioria dos estudantes. E, realmente o Facebook tem ferramentas bem práticas -- utilizo ele com os alunos também, mas mais para compartilhamento de links e referências.

Um problema que vejo no uso do Facebook é que (além de ser fechado para seus próprios usuários) ele não ajuda em nada para que informações estejam disponíveis a médio (quem dirá a longo) prazo. É tudo muito efêmero, mesmo os grupos e páginas. Concordo sobre o desconhecimento de outras possibilidades de interação, e acho que é justamente o que o Corais ofecere pelo modelo aberto e com as ferramentas todas :)

Outro diferencial é que no Corais não tem publicidade (acho bem chato estar mostrando uma informação no Facebook, e os anúnicos do lado).

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